Falta pouco pra edição de 2022 do BBB acabar e, aparentemente, já temos um vencedor. Arthur Aguiar, ator que se preparou bem para dentro do programa e conseguiu alinhar a sua narrativa com o público fora dele. Não quero falar sobre a vida pessoal dele. Sobre quantas vezes ele traiu a esposa. Acho que o Big Brother é um jogo e devemos sempre focar no jogo. Muita gente apostou no Arthur cancelado por esse passado. Jade Picon apostou alto nisso. Entregou para o Arthur a simpatia de uma parte do público que estava aqui fora esperando o circo pegar fogo. Naquele momento até eu torcia pelo Arthur. Jade agiu como a gente aqui fora muitas vezes age.
A vida manda sinais, Deus manda respostas, Jesus mostra o caminho e, ainda assim, insistimos no erro. Ela queria eliminar o Arthur e acabou sendo eliminada. Deixou um Arthur vítima. Que preferiu se isolar e forçar a barra de um discurso onde ele era sempre o perseguido, o injustiçado. Arthur soube manipular o jogo. Fala mansa, rostinho bonito, olhar de coitado… Provocava e, quando alguém estourava, ele saia pela tangente. “Não era bem isso. Não foi isso que quis dizer. Você entendeu errado. Eu só estava brincando”. Alguém disse para o Arthur Aguiar que as pessoas gostam de sentir pena uma das outras.
Existem duas coisas que unem as pessoas: A pena e o ódio. E o Arthur foi ficando. Dividindo opiniões. Do lado de fora, a sua esposa, feito uma leoa, enfrentava quem dizia o contrário sobre ele. Era um jogo muito bem pensado. Ele de lá, ela de cá. O Arthur coitado que não comia pão e que queria se esbaldar na coxinha. O Arthur que fez curso para se antecipar inclusive a esse texto – você vai ler comentários aqui de gente que, se pudesse, colocaria o Arthur num pedestal e o colocava dentro de um altar na igreja mais próxima. É isso. Ele vai ganhar o BBB. Inclusive, o BBB precisa se reinventar mais uma vez e urgente.
Não é difícil manipular pessoas para ganhar jogo, para ganhar eleição, para ganhar qualquer coisa… Eu ainda não sei explicar que jogo foi esse que as pessoas dizem que o Arthur jogou, mas de uma coisa eu tenho certeza: as vezes você só precisa fazer as pessoas acreditarem naquilo que você quer.