O que tem crescido silenciosamente, e raramente é discutido, é o número de casos ativos da doença, que atualmente está em 607 mil – quase 20 mil a mais do que há uma semana. Aumento nos casos ativos indica, potencialmente, mais internações e mortes, e é um sinal de que não podemos baixar a guarda.
A variante Ômicron traz à tona uma discussão fundamental: a vacinação como estratégia coletiva de proteção à saúde pública. Em uma pandemia, deixar grande parte do mundo sem vacinas – como é o caso de boa parte da África – significa correr um risco altíssimo de promover a criação de novas variantes pelo livre fluxo do vírus. Enquanto isso, a China se adianta, com o anúncio de 1 bilhão de doses para o continente africano.
Outro debate que ganha relevância é o futuro das medidas não farmacológicas de controle da pandemia, como o uso de máscaras, a exigência da vacina e o controle de aglomerações. Em várias capitais, já se discute a proibição do carnaval e das festas de fim de ano, ao mesmo tempo em que figuras como Doria anunciam o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em espaços abertos.
Tal postura é, sem dúvida, irresponsável. Está claro que, mesmo entre vacinados, a doença continua a afetar os mais vulneráveis e a vacina, embora vital, não impede que o vírus ainda circule.
A prioridade agora deve ser evitar aglomerações, manter o uso de máscaras e acelerar a vacinação, atingindo mais de 80% da população elegível. E, vale lembrar, a desigualdade na distribuição das vacinas entre as regiões do Brasil é um grande obstáculo para a construção da imunidade coletiva que tanto precisamos.