Enquanto famílias brasileiras recorrem a ossos e gorduras de boi para sobreviver, enfrentando filas intermináveis e caçambas de lixo em busca de restos de comida, um novo símbolo surge no coração de São Paulo. Na última terça-feira (16), a Bolsa de Valores inaugurou o Touro de Ouro, uma réplica inspirada no famoso Charging Bull de Wall Street, nos Estados Unidos. Para alguns, um símbolo de força econômica; para outros, uma afronta em meio à miséria que assola o país.
O contraste não poderia ser mais evidente. De um lado, uma estátua que celebra o mercado financeiro, idealizada para atrair sorte, riqueza e prosperidade. De outro, milhões de brasileiros enfrentando a dura realidade de um sistema que os deixou para trás. Enquanto o Charging Bull, criado por Arturo di Modica, se tornou um símbolo global do capitalismo, seu equivalente paulistano desperta reflexões amargas sobre as desigualdades gritantes no Brasil.
Em Nova York, turistas fazem fila para tocar o focinho, os chifres ou até os testículos do touro de bronze, acreditando atrair boa sorte e dinheiro. No Brasil, onde o cotidiano de muitos é definido pela luta pela sobrevivência, a figura dourada levanta questionamentos sobre prioridades e o real significado de prosperidade.
O Touro de Ouro não é apenas uma estátua; é um reflexo das contradições do nosso tempo. Para os que esfregam mãos no metal dourado, uma promessa de fortuna. Para quem vê a estátua à distância, um lembrete doloroso de que o brilho do mercado financeiro não ilumina a todos.

Turistas aguardam pacientemente em longas filas para registrar uma foto agachados, apalpando os testículos do Touro de Ouro. Por mais pitoresca que seja essa cena, ela desperta reflexões profundas, especialmente para quem conhece as Escrituras. Não seria o touro, símbolo máximo do capitalismo, uma releitura moderna do bezerro de ouro confeccionado pelos hebreus enquanto aguardavam Moisés? Naquela ocasião, o bezerro representava a idolatria e a desobediência, afastando o povo de valores espirituais. Hoje, o capitalismo pode ser visto como um ídolo contemporâneo, elevando o lucro e a acumulação acima de outras prioridades humanas.
A inauguração do touro na última terça-feira (16), em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (B3), acontece em um momento político em que questões ideológicas voltam ao centro do debate. Discussões sobre o papel do Estado, os limites de sua atuação e as desigualdades sociais ganham força, reacendendo divisões que muitos acreditavam estar superadas.
Em meio a esse cenário, termos como “esquerdopatas,” “petralhas,” e “comunas” ecoam em discursos inflamados, especialmente por setores mais reacionários da sociedade. Telepastores e blogueiros lançam ataques verbais que, muitas vezes, mais dividem do que esclarecem.
Enquanto isso, a estátua dourada se torna palco de celebração para alguns e de indignação para outros. Sua instalação, acompanhada por dezenas de pessoas, reflete um paradoxo brasileiro: em um país onde muitos lutam diariamente contra a fome e a pobreza, ergue-se um monumento ao poder do mercado financeiro.
O Touro de Ouro não é apenas uma obra de arte urbana. É um símbolo que, assim como o bezerro bíblico, convida à reflexão sobre os valores que priorizamos como sociedade. Afinal, prosperidade para quem? E a que custo?

Embora já se utilizem palavras grosseiras, o diálogo é elevado a uma dimensão espiritual, classificando opositores como se fossem blasfemadores.
Para uma parcela de cristãos alinhados à direita ideológica, os que defendem ideais progressistas atribuiriam ao governo papéis quase divinos.
Na visão deles, não seria função do governo oferecer saúde, educação, assistência social ou mesmo controlar aspectos econômicos. Tais ações seriam interpretadas como uma tentativa de tomar o lugar reservado a Deus. Contudo, por trás desse argumento aparentemente virtuoso, há intenções que nem sempre são tão nobres.
Um conservador que não segue uma fé específica, por exemplo, pode igualmente argumentar que é inadequado usar sua contribuição fiscal para ajudar os desfavorecidos. Por outro lado, os progressistas veem no Estado o dever de reduzir desigualdades, taxando os mais ricos e aplicando os recursos arrecadados em serviços que favoreçam principalmente os mais vulneráveis.
Para os cristãos conservadores, a missão do governo limita-se ao que está exposto em Romanos 13:
“Os governantes não intimidam os que agem corretamente, mas aqueles que fazem o mal. Queres viver sem medo da autoridade? Pratica o bem, e ela te aprovará, pois é serva de Deus para o teu benefício. Contudo, se fizeres o mal, teme, pois a autoridade não carrega a espada sem propósito; ela é agente de Deus para aplicar punição ao malfeitor.” Romanos 13:3-4
Resumindo: o governo deveria priorizar a ordem, reprimindo comportamentos destrutivos por meio de leis e força, além de punir os transgressores. Isso justificaria investimentos expressivos em segurança pública, fortalecendo instituições militares e policiais.
Um cenário de tranquilidade traria as condições necessárias para que outras áreas prosperassem, levando a sociedade ao progresso.
Porém, ao examinar o texto com maior profundidade, percebe-se que o papel do governo vai além de proporcionar segurança; ele deve também promover o bem-estar coletivo. Não basta conter os males, é indispensável fomentar o que é bom.
Mas o que seria esse “bem”? Poderia incluir serviços de saúde, ensino de qualidade? E ainda: o governo deveria encorajar a liberdade econômica com foco no benefício da coletividade?
Com base nesse entendimento, a resposta seria afirmativa. O governo, ao estimular o bem, deve proporcionar recursos como educação, promover a capacitação da população e investir em inovação.
Avanços econômicos podem ser alcançados reduzindo a burocracia, aplicando incentivos fiscais, aliviando tributos sobre itens essenciais e fomentando o acesso ao crédito, além de impulsionar a produção.
O objetivo não é transformar o governo em uma entidade divina, mas atribuir a ele a função estabelecida pelas Escrituras: ser um instrumento de Deus.
Martinho Lutero afirmava que Deus atua no mundo através de duas frentes: o governo e a igreja, representando a lei e a graça. Como agente do bem-estar social, o governo tem a tarefa de trabalhar por uma distribuição justa de recursos.
A concentração de riquezas em poucas mãos nunca foi o propósito divino. A justiça divina preza pela distribuição equitativa, como Paulo enfatiza em 2 Coríntios 9:9: Deus distribui recursos aos necessitados, mantendo sua justiça perene.
Tanto o governo quanto a igreja são chamados a serem agentes dessa justiça distributiva. O governo não deve simplesmente transferir riqueza dos ricos para os pobres de forma arbitrária, mas proteger o direito à propriedade privada.
Quem trabalha deve ser o primeiro a aproveitar os frutos de seu esforço (2 Timóteo 2:6), mas isso não implica exclusividade. Em Efésios 4:28, Paulo exorta à generosidade, orientando a repartir com quem necessita.
A diferença fundamental entre governo e igreja reside no método. O governo age pela imposição das leis, enquanto a igreja busca despertar a consciência pelo amor. O governo pode direcionar recursos públicos para beneficiar a sociedade; a igreja inspira a solidariedade por meio da compaixão.
O governo impõe obrigações, e a igreja convida à partilha. O governo busca estruturar, enquanto a igreja procura amparar. Ambos são essenciais para uma sociedade equilibrada e justa.

A comunidade cristã inicial nos dá um exemplo prático de justiça social. Afirma-se que “todos os que criam tinham uma só alma e um só coração, e ninguém reivindicava como exclusivamente seu o que possuía; ao contrário, compartilhavam tudo o que tinham” (Atos 4:32). Assim, “não havia nenhum necessitado entre eles” (v.34). Esse compartilhamento ocorria espontaneamente, impulsionado pelo amor, e não por imposição.
Enquanto o Estado implementa políticas e serviços sustentados pelos impostos dos cidadãos, a igreja atua através do engajamento voluntário. A igreja destina seu cuidado prioritariamente aos seus membros, como Paulo instrui: “enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas especialmente aos da família da fé” (Gl 6:10). Entretanto, há aqueles que, movidos pela compaixão, priorizam até mesmo os de fora, como testemunha João: “Amado, você é fiel no que faz pelos irmãos, ainda que sejam estrangeiros” (3 João 1:5-6). Independentemente da ordem de prioridades, o essencial é estender o bem a todos, o que inclui a prática do compartilhar.
Nosso desafio maior não é o Estado. Caso fosse, Paulo teria afirmado que o amor ao governo é a origem de todos os males. Contudo, ele declara que é o apego ao dinheiro que gera corrupção e injustiça. É o sistema econômico, exaltado por muitos, que frequentemente corrompe as estruturas públicas.
Nem Jesus via o Estado como adversário. Ele ensina que é possível honrar tanto Deus quanto o governo, dizendo: “Deem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” Por outro lado, Ele alerta contra a idolatria ao dinheiro, enfatizando que ninguém pode servir a dois senhores.
Tanto o poder público quanto o capital possuem o potencial de se tornarem ídolos. Mas, entre os dois, o dinheiro é mais voraz, alimentando práticas desonestas e desigualdades. Quando o governo se degrada, é frequentemente porque foi manipulado pelo capital.
Alguns argumentam que o Estado não é eficaz em áreas como saúde e educação e que a solução seria privatizar. Usam exemplos de precariedade para justificar suas propostas, ignorando que a degradação muitas vezes é deliberada, fruto de interesses privados. Vejamos o SUS (Sistema Único de Saúde), uma conquista reconhecida globalmente e até elogiada por líderes como Barack Obama.
O SUS foi criado para oferecer assistência universal e gratuita, mas enfrenta resistência de empresas que lucram com planos de saúde. Afinal, quem contrataria um plano caro se o SUS fornecesse atendimento de qualidade? Durante as eleições, empresas do setor investiram milhões em campanhas políticas para eleger representantes que dificultassem avanços na saúde pública.
O mesmo ocorre na educação. Grandes instituições privadas influenciam decisões legislativas para enfraquecer o ensino público, protegendo seus interesses financeiros.
Se queremos mudanças significativas, é imprescindível uma reforma política que elimine o financiamento privado de campanhas eleitorais. Somente assim, o Estado poderá retomar seu papel legítimo de promover o bem-estar coletivo, em vez de perpetuar desigualdades.
Nenhuma ideologia ou sistema político é perfeito. Contudo, todos, de algum modo, pavimentam o caminho para algo maior: o reino de Deus. Nesse futuro ideal, justiça e liberdade, tão almejadas, coexistirão plenamente, unidas pelo amor como força transformadora.
Gado é gado, não importa o lado

A luta de classes é real, faz parte da natureza humana. Junto à luta, vem o ódio entre elas, faz parte tb da natureza humana.
O problema é quando esse ódio tem como base preconceitos e pior ainda falta de conhecimento sobre.
Na última semana de um lado vimos a direita achar um absurdo pobre comer camarão.
Na cabeça dos ricos otários, acostumados a pagarem, 100, 200 reais num prato com camarões, sendo que se pode comprar o kilo entre R$20,00 a R$ 40,00 reais, as vezes até mais barato dependendo da região onde mora, o pobre jamais deveria comer camarões.
Na cabeça oca destes políticos , só rico investe em ações e quem investe em ações fica mais rico às custas do pobre. Mal sabem que para investir na bolsa precisa-se apenas de R$50 reais. Mal sabem que 90% das contas em corretoras da bolsa nos ultimos anos foi de carteiras que movimentam menos de 1 mil reais.
Têm mais ainda, desconhecem que 95% dos “day traders” perdem tudo em menos de 1 ano. São “investidores” sem qualificação, pessoas comuns. Pior ainda são os fundos de investimento com papéis exclusivos da B3, fundos administrados por gestores qualificados, com formação na área e certificações caras e difíceis de tirar.
Dentre estes fundos, 83% deles não conseguem bater o benchmark da ibov, que qualquer investidor sério, sabe que é pífio, pra não dizer ridiculo o retorno sobre o investimento. 83% desdes fundos nem isso conseguem entregar.
Outro ponto é que no brasil apenas 1,5% de sua população investe na bolsa. Enquanto que em paises desenvolvidos a média é de 70% da população.
A facilidade pra você investir em ações é a mesma que você deixar dinheiro na poupança, mas o brasileiro, ignorante em finanças prefere rasgar seu dinheiro na poupança.
Fato que a B3 e o mercado fimanceiro em si não têm ética alguma e suas regras são feitas para não deixar os grandes quebrarem em detrimento dos pequenos, mas quem injeta liquidez para que empresas possam continuar empregando e se expandindo são os invetidores, são os especuladores.
Enfim, falta conhecimento por todos os lados e sobra ignorância.