O fim deste diário

Este sábado marca, ao menos para mim, o fim do meu diário de bordo da pandemia. Acaba, infelizmente, antes de acabar a crise sanitária que já matou tanta gente e, infelizmente, seguirá matando.

Não que não haja mais problemas, mais denúncias, mais crises e, eventualmente, mais boas notícias, sempre raras, preciso constatar.

Agora mesmo já temos notícias de uma nova variante derivada da Delta, recordes de mortes na Rússia, novo aumento de casos no Reino Unido, sem contar as nossas mazelas diárias.

Aqui, a cada dia que passa, se tenta passar a ideia de que tudo caminha bem, com mais de 71% de vacinados e mais de 51% de pessoas imunizadas com duas doses ou a dose única da Janssen.

Fala-se também de como já temos 11 dias com a média móvel na casa dos 300, o que é fato, mas não se fala porque não baixa de 300, já que a vacina avança a cada dia.

A resposta está em dois flancos. Um é que ainda há 12 mil novos caos por dia, com quase tudo funcionando normalmente, com um relativo controle do uso de máscara, insuficiente para barrar de forma eficiente o vírus que se mostra mais adaptado para a transmissão, mesmo que, aparentemente, não seja mais agressivo ou mortal.

No outro lado do problema temos a vacinação que segue lenta, principalmente na segunda dose, com cerca de 20 milhões de pessoas atrasadas para a segunda dose da vacina. Isso mantém cerca de 50% da população em risco, sendo 30% ainda muito exposta e sem proteção (não tomou vacina) e perto de 20% com proteção insuficiente (tomou somente uma dose).

E quando falamos desses percentuais, nos referimos à média nacional, e aí tem outro grave problema, pois nossa vacinação é profundamente desigual entre os estados. Para se ter um parâmetro, 21 estados estão com o percentual de vacinação abaixo da média nacional. Enquanto Amapá e Roraima vacinaram com a segunda dose ou dose única 30% da população, São Paulo vacinou 66%, ou seja, mais que o dobro.

Ou seja, não pararei por falta de assunto, mas por falta de tempo, do real, medido em minutos, por novas tarefas, e novos assuntos.

Depois de escrever mais de 580 textos desde março do ano passado, sinto que fiz minha tarefa de registro e análise da pandemia até aqui.

O diário, possivelmente, virará um “devesenquandário”, mas não com dados detalhados do Brasil e do mundo, somente alguma análise, para não perder o costume.

As poucas pessoas que me acompanharam até aqui, obrigado.

Jornalismo de Bolso seguirá buscando um jeito diferente em trazer notícias e opiniões diante de todo cenário do Brasil e do mundo

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