As pandemias no Brasil

Mais uma vez, temos um estudo científico que comprova que há duas pandemias paralelas no Brasil, a das pessoas vacinadas e das não vacinadas.

Dessa vez os dados foram coligidos pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, mostraram que nove entre cada dez pacientes em internação por Covid-19 nos últimos meses não foram imunizados. A conclusão é de que as não vacinadas têm 14 vezes mais chances de morrer por causa da doença.

Essa constatação confirma estudos britânicos, estadunidenses e israelitas. Populações apartadas da vacinação, seja pelo efeito do negacionismo disseminado, seja pela demora em se concluir a fila de prioridades ou pelas diferenças regionais no ritmo de vacinação, criam grupos que são vítimas preferenciais da doença.

No Brasil temos uma vacinação extremamente desigual entre os estados. Considerando sempre a segunda dose ou a vacinação em dose única (pessoas com esquema vacinal completo), temos uma diferença indecente entre o estado que mais vacinou, 64% e o que menos vacinou, 28%.

São 9 estados com índice de vacinação abaixo de 40%, e o índice nacional é de 48,5%. Dos 27 estados, apenas 6 estão com índice superior à média nacional. Isso significa desigualdade. Isso quer dizer que, dependendo do estado em que a pessoa nasceu, ela vive uma epidemia diferente.

Precisamos pôr na ordem do dia o esforço nacional de equalização da vacinação no Brasil. O Ministério da Saúde teria que ser o coordenador da vacinação nacional, mas se limita a ser o distribuidor de doses, e isso é muito pouco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.