Expectativa para a apresentação na quarta-feira do relatório final da CPI da Pandemia, cujo relator é o Senador Renan Calheiros. O jornal Estadão teve acesso ao que seria o relatório final e resume o que para mim é o fundamental: (…)
“conclui que o governo Bolsonaro agiu de forma dolosa, ou seja, intencional, na condução da pandemia e, por isso, é responsável pela morte de milhares de pessoas”. O “vazamento” parece ser uma sondagem de Renan de indiciar Bolsonaro por homicídio qualificado, por exemplo, tem sido fonte de divergência até entre aliados da oposição. De todo modo, a versão do relatório aponta pontos absolutamente relevantes.
O mais fundamental, na minha opinião, é que o relatório elucida que houve a execução de um plano, de um conjunto de ações que obedecia a uma concepção, o negacionismo, e um modus operandi, a tentativa de superar a pandemia pela infecção em massa, pela tese da imunidade de rebanho. O tal do gabinete paralelo, descrito no relatório, foi o QG que definiu as estratégias, substituindo o papel do US, que além do Ministério da Saúde engloba as secretarias estaduais e municipais de saúde.
De lá emanaram medidas como o tratamento precoce e a oposição de medidas como o uso de máscaras e medidas de isolamento. O atraso na compra de vacinas e a ineficiência que ainda perdura na execução de um plano de vacinação realmente eficaz arremata a estratégia genocida que produziu as mais de 600 mil mortes (talvez mais de 720 mil, com excedente escondido pela subnotificação).
O relatório ainda traz outros temas, como Prevent Senior, corrupção na compra de vacinas, crise no Amazonas entre outros, tendo um destaque à questão das Fake News e do gabinete do ódio, ações fundamentais na produção de apoio ao negacionismo e particularmente a popularização de remédios ineficazes, com especial colaboração de muitos profissionais da medicina e do próprio CFM.
Lembrando que o relatório apresentado na quarta-feira, 20/10, deverá ser votado no dia seguinte. Grandes expectativas.