De volta ao tema subnotificação de óbitos

As mortes por Covid-19 não notificadas pela Prevent Senior e pelo hospital Samuel no caso da pesquisa (falsa) com proxalutamida podem ser só a ponta do iceberg do problema estrutural de subnotificação. O tema volta à baila hoje em reportagem da CNM Brasil.

Segundo a matéria, há um levantamento da organização global de saúde Vital Strategies que chegou ao número de 24,6% de subnotificação das mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Se isso se confirmar, estaríamos com quase 713 mil mortes e não as 603 mil oficiais.

Os dados utilizados são do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), do Ministério da Saúde, e considerou as informações de internações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

A SRAG não é um diagnóstico de doença, mas uma descrição de um quadro sindrômico com diversos agentes etiológicos possíveis, em que os mais comuns são o SARS-CoV-2 em adultos e o H1N1 em crianças. A SRAG é uma complicação ou intensificação da síndrome gripal, com exacerbação de sintomas como febre alta e súbita, tosse, dor de garganta acompanhadas de mialgia ou cefaleia e evolui para forte desconforto respiratório e baixa saturação (menor que 95%).

Vários estudos anteriores ao da Vital Strategies já apontavam um crescimento exagerado de SRAG após a pandemia da Covid-19 ter se instalado no Brasil. Para se ter um parâmetro, de janeiro a maio de 2020 foram 168 mil registros de casos de SRAG e destes, 52 mil foram atribuídos ao novo coronavírus e 58 ficaram sem causa especificada.

Acontece que no ano anterior foram registrados apenas 9,4 casos de SRAG. Não é difícil concluir que algo estava (e está) aumentando os casos de SRAG e sabemos que o agente etiológico novo e de características epidêmicas é o SARS-CoV-2.

A nossa conhecida e reconhecida insuficiência de testes para a identificação da Covid-19 reforça a suspeita de que boa parte do excedente dos diagnósticos de SRAG são causados pelo novo coronavírus.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 526

Total de mortes: 602.727

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 319

Casos confirmados em 24 horas: 14.476

Casos acumulados na pandemia: 21.626.028

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 10.861

Casos ativos: 513 mil

272 dias de campanha geral e 253 de segunda dose ou dose única.

– ao menos uma dose: 150,945 milhões (70,76 % da pop.)

– imunizadas: 102,789 milhões (48,19% da pop.), do total de imunizadas, 4,230 milhões são dose única.

– terceira dose: 3.617 milhões.

No mundo: casos: 240,8 milhões

Óbitos: 4.903.900

1º – EUA: 74,7 mil

2º – Brasil: 602,7 mil

3º – Índia: 452 mil

4º – México: 283,6 mil

5º – Rússia: 221,3 mil

6º – Peru: 199,8 mil(SP: 151 mil)

7º – Indonésia: 142,9 mil (Reino Unido passou para a 8ª posição em 29/08)

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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