Hoje, não há análises, não há dados, não há estratégias. Hoje, é um dia para simplesmente marcar. Marcar as 600 mil mortes causadas pela pandemia de Covid-19 no Brasil. Um número que, por mais que seja expressivo, não pode capturar o peso humano de tantas vidas perdidas. São pessoas, são histórias, são amigos, familiares, vizinhos, que se foram, deixando um vazio irreparável.
Como bem disse o poeta Bráulio Bessa em seu poema Inumeráveis, quando os números se tornam frios e distantes, é a humanização das perdas que nos toca. Precisamos ir além dos números. Nomes, como os de Vilson Augusto de Oliveira e Aluízio Lopes de Brito, representam mais do que apenas mais um número na estatística. São pessoas, e a perda delas nos marca profundamente.
O Brasil, que hoje registra 600.493 mortes, ainda luta para lidar com as consequências da pandemia. A média móvel de mortes é de 457 nas últimas 24 horas, e o total de casos acumulados chega a 21,55 milhões, com 17.790 novos casos em um único dia. Enquanto o número de vacinas aplicadas é crescente, a desigualdade na distribuição de doses e as variações regionais indicam que a batalha ainda não está ganha.
O esforço coletivo, embora notável em termos de vacinação, continua sendo desigual. Atualmente, 149 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina, mas apenas 46% da população está completamente imunizada. Para que possamos alcançar a verdadeira imunidade coletiva, é crucial acelerar a aplicação da segunda dose e garantir que mais pessoas recebam a terceira dose.
Em um cenário global, os números também são devastadores: 237,9 milhões de casos confirmados e 4,85 milhões de óbitos. Nos Estados Unidos, com 731 mil mortes, o impacto da pandemia ainda é devastador, seguido pelo Brasil. Embora haja uma luz no fim do túnel com o avanço da vacinação, a dor, as perdas e as cicatrizes desse período permanecem presentes.
Neste momento, mais do que nunca, é importante lembrar e honrar todas as vidas que se foram. Que cada nome perdido seja um lembrete da importância de cuidarmos uns dos outros, de sermos mais solidários e de continuarmos na luta contra a pandemia.
Sugiro que, ao ler essas palavras, você marque alguém que te tocou profundamente, alguém que você perdeu ou que perdeu a vida para o vírus. Que isso seja uma forma de manter viva a memória e, talvez, trazer um pouco de consolo a quem ficou.