Vacinação desigual afeta a meta de imunização

As desigualdades no combate à pandemia entre os estados são obscenas. No quesito testes, por exemplo, que é um dos principais recursos para o controle da pandemia, indispensável para rastreio dos infectados e medidas de isolamento, o estado que mais testou, Rondônia, fez (*) 56 mil testes para cada 100 mil habitantes, e o que testou menos, Pará, fez 12 mil para cada 100 mil habitantes.

Isso ainda por cima no Brasil, que é um dos países que menos testam, estando próximo ao 70º lugar. Há outros índices mais estruturais em que as desigualdades são gritantes, como leitos hospitalares, UTIs, quantidade de trabalhadores de saúde e outros.

Na vacinação, também há uma injustificável diferença. O estado que mais vacinou, São Paulo, o fez em 81% da população, enquanto o que menos vacinou, Pará, em somente 52%.Quando observamos a imunização (esquema vacinal completo) a diferença é ainda mais expressiva, de 60% (SP) para 25%, AP.

Pelas suas condições geográficas, populacionais e de desenvolvimento, o Rio de Janeiro é um caso surpreendente de desempenho fraco na vacinação, estando exatamente na média nacional quanto à população vacinada, 70%, mas abaixo da média nacional em pessoas imunizadas, 44% a 42% no Brasil.

De modo geral, já se identificava essas desigualdades desde os primeiros dias do início da vacinação que já está no 262º dia, mas nada foi feito, aliás isso é muito pouco debatido. Falta, como em quase tudo, coordenação do processo e uma intervenção mais ativa do Ministério da Saúde, que se limitou a distribuir as doses por critério populacional.

Isso é pouco, afinal a pretensão é criar imunidade coletiva e tamanha desigualdade fragiliza a meta. O Ministério da Saúde deveria identificar os gargalos e agir, por exemplo, alocando recursos de estrutura e pessoal para os locais em que a vacinação se arrasta.

Mas isso é pedir muito, por enquanto basta que não atrapalhem mais.(*) não é, como na vacina, percentual da população, pois uma mesma pessoa pode ter feito teste mais de uma vez.

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