Na última sexta-feira (01), o site do El País, publicou matéria que denunciou que dia 9 de fevereiro de 2021, o servidor público Gileno Soares Barreto, de 72 anos, deu entrada com o diagnóstico de Covid-19 em um hospital administrado pela operadora de saúde Hapvida.
O paciente morreu depois de vinte e um dias de internação e sua declaração de óbito omitiu a Covid-19 como causa da morte, repetindo o que ocorreu no caso da Prevent Senior, gravíssimo. O Plano de Saúde Hapvida faz tempo que frequenta o noticiário com denúncias.
Eu mesmo, em 29 de maio do ano passado, repercuti notícia de que médicos relatam que recebem mensagens de diretores da empresa cobrando que receitassem a cloroquina e hidroxicloroquina na menor suspeita de que seja Covid-19 , sem confirmação por teste, o que configura tratamento preventivo, método absurdo mesmo se a droga tivesse alguma eficácia para doença.
Já em 27 de abril deste ano, publiquei que o Ministério Público Estadual do Ceará (MP-CE) aplicou uma multa de R$ 468 mil contra a operadora de saúde Hapvida.
O motivo foi a imposição da organização de que os médicos adotassem o chamado tratamento precoce com a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina para a covid-19. Reincidências. É bem provável que outros planos de saúde tenham adotado protocolo do chamado tratamento precoce, que na prática significa adoção de cloroquina e outras drogas que não servem para Covid-19 e ainda podem fazer mal, portanto não é nem inócua e muito menos placebo.
Nessa hipótese, há os que fariam isso por alinhamento ideológico com o bolsonarismo negacionista, padrão Prevent Senior, mas há os que podem ter feito por cálculo econômico, pois são drogas de baixo custo que, caso funcionassem, significaria menor custo com a internação.
O que ocorreu com a Prevent Senior e Hapvida, portanto, pode não ser casos isolados. É mais uma daquelas frentes de apuração que precisam ser abertas para passar a limpo a história da pandemia entre nós.