Avanço tecnológico coloca Brasil na vanguarda da produção de imunizantes e reforça soberania científica
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou no dia 28 uma conquista histórica na luta contra a Covid-19: a conclusão dos primeiros lotes nacionais do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), elemento essencial para a produção de vacinas. O feito marca a completa nacionalização do processo de fabricação do imunizante, consolidando o domínio tecnológico brasileiro nessa área.
Embora o IFA já esteja produzido, a próxima etapa envolve rigorosos testes de controle de qualidade para garantir sua segurança e eficácia. A expectativa é que os primeiros lotes de vacinas fabricados com o insumo nacional estejam disponíveis entre novembro e dezembro deste ano. Essa produção nacional representa um marco no enfrentamento da pandemia, reduzindo a dependência do Brasil de insumos importados.
O avanço é fruto da parceria estabelecida entre a Fiocruz e o laboratório AstraZeneca. O acordo previa três etapas fundamentais: a aquisição direta de vacinas, a fabricação e envase do imunizante por meio do Bio-Manguinhos com IFA importado, e, finalmente, a fabricação local do IFA. Agora, com o cumprimento dessa última fase, o Brasil fortalece sua posição no cenário global de produção de vacinas.
Além desse feito, a Fiocruz foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para desenvolver vacinas baseadas na tecnologia de mRNA (RNA mensageiro), voltadas para atender toda a América Latina. Essa escolha reflete o reconhecimento internacional da excelência científica da instituição e de sua capacidade de responder a desafios globais de saúde pública.
O desenvolvimento do IFA nacional simboliza a resiliência da ciência brasileira, que segue avançando apesar de cortes e desafios estruturais. A conquista não apenas reforça a capacidade tecnológica do país, mas também promove maior autonomia em crises sanitárias. O domínio completo do processo de produção de vacinas é um passo crucial para garantir a segurança da população em emergências futuras.
Com essa inovação, o Brasil se posiciona como um dos poucos países capazes de produzir vacinas em todas as etapas, do insumo básico ao produto final. Essa conquista reforça a importância do investimento contínuo em ciência e tecnologia, pilares fundamentais para a soberania e o bem-estar da sociedade brasileira.