Covid Longa: 37% dos Pacientes Sofrem Sintomas Persistentes

Estudo revela impacto prolongado em 37% dos pacientes recuperados; Brasil enfrenta desafios para adaptar seu sistema de saúde

A Covid-19 continua a apresentar novos desafios à saúde pública, mesmo após a recuperação inicial dos pacientes. Segundo um estudo conduzido pela Universidade de Oxford e pelo Instituto Nacional de Pesquisas em Saúde Pública do Reino Unido, 37% das pessoas que tiveram a doença relataram ao menos um sintoma persistente de longo prazo, meses após a infecção.

Entre os sintomas mais comuns identificados estão dor, fadiga, dificuldades respiratórias e ansiedade. A análise, que incluiu 270 mil casos, destaca como esses sintomas impactam diretamente na qualidade de vida dos pacientes, mesmo quando a fase aguda da doença já foi superada. Estudos semelhantes em diferentes contextos têm identificado percentuais variados, chegando a apontar que até 80% dos infectados podem apresentar sequelas, dependendo da metodologia e do período de acompanhamento.

Os sintomas persistentes, também conhecidos como “Covid longa,” abrangem uma gama ampla de manifestações. Isso inclui problemas cognitivos que podem ser confundidos com estresse, tornando o diagnóstico ainda mais complexo. Apesar dessas dificuldades, o consenso científico indica que a Covid-19 frequentemente deixa marcas duradouras em um percentual elevado da população, exigindo respostas estruturadas dos sistemas de saúde.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) possui experiência consolidada em acompanhamento longitudinal de pacientes e conta com ferramentas como o prontuário eletrônico unificado. Entretanto, ainda não há um programa nacional específico para a Covid longa. Com a possibilidade de muitos casos evoluírem para condições crônicas, é essencial que o SUS desenvolva estratégias de acompanhamento e reabilitação, garantindo suporte às pessoas afetadas.

Outro desafio enfrentado pelo país é a subnotificação de casos, resultado da insuficiência de testagem. Muitos brasileiros não sabem se tiveram a doença, dificultando a identificação de sequelas relacionadas. Nesse contexto, o SUS poderia implementar protocolos que incluam testes para diagnóstico retrospectivo em investigações de sintomas persistentes, além de reforçar a testagem em larga escala.

Mesmo que o percentual de pessoas afetadas fosse inferior aos 37% apontados pelo estudo, os números absolutos são alarmantes. Considerando estimativas de prevalência, que indicam mais de 60 milhões de infectados no Brasil, milhões de pessoas podem estar enfrentando sequelas da Covid-19. Isso reforça a necessidade de políticas públicas direcionadas para mitigar os impactos de longo prazo.

Enquanto isso, os números da pandemia continuam a desafiar o Brasil e o mundo. O país registra um total de 596.163 mortes, com uma média móvel de 544 óbitos diários nos últimos sete dias. A campanha de vacinação avança, com 68,44% da população vacinada com ao menos uma dose e 42,19% totalmente imunizados. Contudo, a adesão à terceira dose ainda é tímida, com apenas 821 mil pessoas vacinadas até o momento.

Globalmente, a Covid-19 já infectou mais de 233,9 milhões de pessoas, resultando em 4,78 milhões de mortes. Os Estados Unidos lideram em número de óbitos, seguidos pelo Brasil, Índia e México. A pandemia continua a demonstrar que seus efeitos vão muito além da fase aguda, exigindo uma abordagem integrada e adaptada às necessidades de longo prazo das populações afetadas.

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