Domingo foi um dia com boa notícia

A notícia é de uma semana atrás, mas é excelente e vale a pena repercutir. Esse texto, com a preguiça de uma segunda agitada com base em dados de ontem (26), transcreve alguns trechos de matéria da Agência Fiocruz de Notícias, assinada por Pamela Lang.

“O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz foi selecionado, nesta terça-feira (21/9), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como centro para desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro na América Latina”.

A escolha premia e reconhece os esforços da Fiocruz que já trabalha no desenvolvimento de uma vacina totalmente nacional baseada na tecnologia de RNA mensageiro, que é a tecnologia usada na fabricação da vacina da Pfizer. O fato de estar em construção uma nova planta (unidade fabril) para a produção de vacinas também pesou na decisão da OMS.

Foram mais de 30 empresas e instituições que atenderam a chamada mundial e somente a Fiocruz e um laboratório privado argentino foram selecionados. A produção vinculada a essa iniciativa visa atender a demanda por vacinas da América Latina.

A seleção é resultado de uma chamada mundial lançada em 16 de abril de 2021, que tem o objetivo de aumentar a capacidade de produção e ampliar o acesso às vacinas contra a Covid-19 nas Américas.

Cerca de trinta empresas e instituições científicas latino-americanas participaram. O processo de escolha foi realizado por comitê de especialistas independentes (PDVAC). Além da Fiocruz, outra proposta, localizada na Argentina, também foi selecionada.

Segundo a matéria da Agência Fiocruz, “esta será uma tecnologia que vem se somar à plataforma de adenovírus, utilizada na vacina Fiocruz/AstraZeneca para a Covid-19. O desenvolvimento de uma vacina da Fiocruz de mRNA (RNA mensageiro) é um passo fundamental para que o Brasil detenha o domínio tecnológico de duas plataformas fundamentais para o avanço no desenvolvimento de imunobiológicos”.

O desenvolvimento dessa tecnologia vai além da vacina contra Covid-19, podendo ser utilizada para outras vacinas, inclusive com perspectiva promissora para tratamento de diversos tipos de câncer.

Ou seja, a ciência brasileira segue resistindo ao desmonte e ao obscurantismo instalado pelo governo Bolsonaro. E não digo isso de forma ufanista, mas como uma denúncia. Um dos “insumos” fundamentais para a pesquisa em ciência é o financiamento, mas o orçamento do ministério da Ciência e Tecnologia caiu de 6,5 bilhões em 2015 para 2,7 bilhões neste ano.

É importante destacar que a vacina do Bio-Manguinhos terá o IFA (Ingrediente farmacêutico ativo) também fabricado no Brasil, lembrando que hoje cerca de 90% dos medicamentos ofertados pelo SUS são importados.

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