Segunda dose no Brasil, mais lenta do que no Equador

Tem coisas difíceis de entender e de concordar, por exemplo essa “tranquilidade” do Ministério da Saúde em manter o ritmo lento de vacinação, principalmente o da segunda dose, que deveria andar mais rápido, especialmente pela prevalência da variante Delta (em SP já é mais que 95%).

Vários países que têm taxa de vacinação da população maior do que a nossa, Reino Unido, França, Espanha, Itália, entre outros, têm a taxa de imunizados ainda maior, ou seja, o percentual de vacinados é cerca de 5% maior do que dos totalmente imunizados. Aqui a diferença é de 18%.

Há casos, como os EUA, em que a taxa de vacinados geral é menor que a nossa, mas a de imunizados (esquema vacinal completo) é maior. Mas temos exemplos de países mais próximos. Um é a Argentina, que tem a taxa de vacinados menor que a nossa e a de imunizados maior.

Há exatos 30 dias estávamos empatados com a Argentina em percentual de pessoas imunizadas, com 26%. Hoje são 45% para “los hermanos” e 40% para nós. A mesma coisa se dá com o Equador, que há 45 dias empatava conosco em 22% e hoje tem 55% de pessoas com esquema completo.

E não são exatamente países que são exemplos de combate à pandemia. A Argentina tropeça na falta de um sistema mais robusto de saúde pública e um desgaste muito grande na população que cansou da longa quarentena no início da pandemia.

Também atrapalhou o combate à pandemia, as disputas políticas e a oposição ao governo Alberto Fernandez em diversas províncias com governos oposicionistas. No caso inverso ao nosso, em que o governo federal é o negacionista.

Na Argentina, assim como no Brasil e nos EUA, o negacionismo é insuflado por forças políticas com expressão partidária e eleitoral significativa, que acabam potencializando seu poder deletério e se constituindo em variável importante na condução das ações de combate à pandemia.

Formam-se verdadeiros partidos do negacionismo com políticas, métodos, recursos, metas e campanhas a serviço do vírus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.