O perde e ganha de Doria

Depois de seis dias com a média móvel de óbitos abaixo de 500, o índice sofre uma variação para cima, ficando em 516. A média móvel de novos casos e os casos ativos da doença seguem estáveis.

Chama a atenção as duas notícias com sinal trocado sobre vacinas no estado de São Paulo. Uma delas é a decisão de Doria exigir do Instituto Butantan que reponha as 12,1 milhões de doses entregues ao PNI e interditadas pela ANVISA por terem sido envasados em fábrica da China não licenciada pelo órgão.

Tremenda bola fora. A solução inicial foi a de suspender a distribuição, mas formar uma delegação para inspecionar a unidade fabril chinesa. Doria deu uma guinada e preferiu o que ele chamou de solução mais rápida, declarando que seria o melhor do ponto de vista da crise sanitária.

Fica a pergunta do que fazer com os lotes interditados e refletir como foi possível erro dessa monta.

Também ontem (14) o STF formou maioria dando razão a São Paulo que exigiu imunizantes para completar a segunda dose da vacinação. O Ministério da Saúde alegou que o Estado errou, vacinando a primeira dose usando o estoque para a segunda e o governo estadual afirmou que o ministério é quem mudou, sem aviso ou consulta, o cronograma de entrega. Prevaleceu a posição de São Paulo.

Juntei as notícias por suspeitar que Doria fez um cálculo político. Ganhou o braço de ferro com o Ministério da Saúde na questão da segunda dose, mas ficaria com o ônus de eventuais atrasos na vacinação de outros estados por conta dos lotes interditados.

Agiu rápido. A disputa, no caso, favorece a vacinação.

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