O alerta que vem de Israel

Ainda no mês de março, enquanto o Brasil tinha 1% de pessoas totalmente imunizadas, Israel já ostentava 55%. Nessa época era, disparado, o campeão mundial em vacinação. Hoje, considerando as pessoas imunizadas, Israel tem 63% e o Brasil 35%, e com ao menos uma dose empatam em 65%.

Do primeiro lugar em vacinação em março, Israel está agora em trigésimo, não por problemas logísticos ou por falta de vacinas ( são pioneiros na vacinação de crianças e já anunciam a 4ª dose). O teto é sociocultural, pois setores políticos e religiosos se recusam a aceitar a vacina.

É também o caso dos EUA, mas não parece ser o caso do Brasil. Aqui o “teto” (sempre há) parece não ter sido atingido ainda. Estamos no mesmo patamar de Israel em total de vacinados (65%), mas limitados por problemas logísticos e falta de imunizantes. São Paulo, por exemplo, já atingiu a marca de 78% de pessoas vacinadas.

Precisamos dar atenção ao problema do “teto”, cuidando que haja a adesão à vacinação como esforço de proteção coletiva e penso que a meta deve ser algo entre 85 e 90 por cento de pessoas vacinadas, mas o alerta vem em outra direção.

Israel, frente ao sucesso da vacinação, já em abril “liberou geral”, de abertura do comércio até a desobrigação do uso de máscara em vias públicas e lugares abertos. Eis que, entre junho e julho, chegou a variante Delta.

Como resultado, a média móvel de casos aumentou mais de 20 vezes entre junho e setembro e a de mortes, que estava perto de zero entre junho e julho, salta para 30, número que, proporcionalmente à população, é 50% superior ao nosso, colocando Israel entre o que se classifica como epicentro da Covid-19 no mundo.

A boa notícia é que as mortes e casos graves têm ocorrido 10 vezes mais entre as pessoas não vacinadas, o que confirma a efetividade da vacina, mas também, e esse é o alerta, reafirma que é fundamental seguir combinando medidas de controle (algum nível de isolamento e uso de máscara) e ampliação da vacinação da população.

Infelizmente aqui os controles são cada vez mais frouxos e a vacinação ainda está longe de atingir níveis mais seguros.

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