Depois de chegar ao menor valor de média móvel de mortes no dia 10/09, são dois dias com ligeiro aumento. Outro índice que tem tido queda constante é o de casos ativos da doença, que caiu de 1 milhão pela primeira vez desde 10 de março deste ano.
Os índices estão melhorando ou ao menos se mantendo estáveis, mas ainda em patamares muito elevados e com grandes diferenças entre estados e municípios, como exemplo, a média móvel de mortes das capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro é de 27 e 54 respectivamente, números que proporcionais à população revelam uma taxa 3,6 vezes maior na cidade do Rio.
A situação ainda é incerta e há muitos especialistas alertando para a necessidade de se manter alguns grau de restrição a aglomerações e cuidados com higiene e uso de máscara, além da urgência de se ampliar a vacinação, principalmente completando o esquema vacinal e garantindo dose complementar para populações mais vulneráveis à doença.
Nesse rumo, me espanta muito o que acontece com a vacina de dose única, Janssen. Como recordam, no início de junho, foram anunciadas a doação de 3 milhões de doses pelo governo dos EUA e também anunciada a compra de 38 milhões de doses em contrato do Ministério da Saúde com o fabricante do imunizante. Desse total, chegaram efetivamente 1,5 milhão de doses, totalizando 4,5 milhões.
Aconteceu na época intenso debate sobre o prazo de validade prestes a vencer e a saída foi a ANVISA autorizar o uso, estendendo a validade para até o final de agosto. Acontece que, segundo os relatórios da CONASS divulgados diariamente pelo consórcio de veículos de comunicação (Globo, Folha, Estadão e outros), a aplicação da Janssen segue até hoje.
Outra coisa curiosa é que até o momento foram aplicadas 4,150 milhões de doses, e nos últimos dias a aplicação diária nunca ultrapassou 5 mil. Assim, nesse ritmo, demoraria dez semanas para completar as 4,5 milhões de doses disponibilizadas.
Restam algumas questões: 1) O prazo de validade foi revisto? Por que, sendo uma vacina de dose única, não se apressa seu uso, aumentando o percentual de pessoas totalmente imunizadas? Cadê o resto das 38 milhões de doses da Janssen anunciadas em junho pelo Ministério da Saúde?
Perguntas que não querem calar.