O negacionismo entra em campo

Depois de 13 dias consecutivos de queda nominal da média móvel, hoje registrou-se uma variação para cima.

A queda da curva na primeira onda da pandemia chegou ao seu ponto mínimo em 11 de novembro, com 322 mortes de média móvel. A média móvel registrada hoje, 468, é ainda 45% maior que a de 11 de novembro.

A prefeitura do Rio autorizou jogo com torcida no Maracanã. É a partida Flamengo x Grêmio do dia 15, quarta-feira, para 25 mil torcedores. É o chamado evento-teste. Só que não.

Eventos teste só trazem informações úteis se feitos com o rigor de estudo científico, com protocolos abrangentes, alto grau de fiscalização e posterior acompanhamento sistemático dos participantes.

Se tudo isso for cumprido é possível se dizer que se produzirá evidências úteis para se compreender mais as formas de propagação do vírus.

E se é estudo científico, tem que haver avaliação de comitês de ética, se não, é propaganda enganosa, é forma de embalar com o pomposo nome de teste e na verdade inventar um evento que vai promover aglomeração. É mais uma sofisticação do negacionismo.

É uma exposição desnecessária da população, principalmente no Rio, que hoje foi disparado o estado com mais mortes por Covid-19, com 205. A média móvel do estado do Rio está em 100 mortes e a da capital em 58.

São números elevados que se tornam ainda piores quando sabemos que a vacinação em segunda dose do Rio está em 8º lugar entre os estados, abaixo da média nacional, com somente 33% (SP tem 45%) da população com esquema vacinal completo.

Resultado, mais um 7 x 1 para o vírus.

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