Para além da vacina

Informe da Fiocruz de 9 de setembro constata que a taxa de ocupação de UTI Covid-19 tem caído consistentemente no país todo estando em alerta apenas Roraima (80%) e alerta intermediário o Rio de Janeiro (66%).

O restante abaixo de 60% e muitos abaixo de 50%. A avaliação é de que isso reflete o avanço da vacinação que também incide sobre a queda da média móvel de mortes e novos casos.

No entanto o boletim adverte que os testes são feitos somente em casos suspeitos e que, até como resultado da vacina, há a possibilidade de os dados subestimarem os infectados assintomáticos e de casos leves, quadro que permitiria a circulação descontrolada do vírus e possíveis novos picos, uma vez que a cobertura vacinal, principalmente com segunda dose, ainda é insuficiente.

A insuficiência de testes tem sido um problema crônico do combate à pandemia no país. Testes são fundamentais para acompanhar a expansão da doença e para a tomada de decisão sobre medidas não farmacológicas de controle.

O boletim adverte para a inadequação de se pensar a pandemia apenas pelos casos graves (ocupação de leitos) e dos óbitos. Isso é importante, pois mesmo os casos leves podem acarretar sequelas mais ou menos duradouras. O boletim ainda recomenda: “importante reduzir exposição, transmissão, infecções e casos até que a pandemia esteja sob controle, o que ainda não é o cenário atual”.

E por falar em controle, a OMS tem advertido que mesmo altas taxas de vacinação podem não ser suficientes para deter a pandemia, principalmente com o aparecimento de novas variantes, como a Delta.

Essas variantes atuais e possíveis novas cepas, exigiriam novas estratégias de vacinação, como dose de reforço. Ou seja, os 70% de cobertura garantindo a imunidade coletiva não é mais a expectativa da OMS. Em vez disso, é provável que tenhamos uma doença endêmica.

O diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, conforme noticiado pela agência de notícias France Presse, declarou que “Isso nos leva ao ponto de que o objetivo essencial da vacinação é, principalmente, evitar as formas graves da doença e a mortalidade.

Se considerarmos que a Covid-19 continuará sofrendo mutações e permanecerá entre nós, como a gripe, então devemos prever como adaptar progressivamente a nossa estratégia de vacinação contra a transmissão endêmica, e adquirir conhecimentos muito valiosos sobre o impacto das doses adicionais”.

Campanhas consistentes de vacinação com aumento da cobertura vacinal trazem o efeito de diminuir a mortalidade e de desafogar os sistemas de saúde, o que é muito bom, mas longe de podermos dizer que a pandemia está sob controle.

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