Hoje temos mais uma notícia bombástica envolvendo o Ministério da Saúde

1) O Ministério da Saúde tem um verdadeiro necrotério de insumos de saúde vencidos. São medicamentos, vacinas, testes de diagnóstico (inclusive PCR para Covid-19) e outros itens. Tudo avaliado pela “bagatela” de 242 milhões de reais.

2) São cerca de 3,7 milhões de itens que começaram a vencer em 2018 (governo Temer), mas a maioria expirou no governo Bolsonaro.

3) Por um artifício administrativo toda essa informação era mantida em sigilo. Aliás, a regra do estado de direito é a transparência, reservando sigilo a questões de segurança do estado. No caso, informar é que traz segurança.

4) O sigilo foi quebrado pelo jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso (fonte sim é sigilo que interessa) a planilhas do ministério com dados sobre os itens. Os dados são aterradores, com requintes de crueldade.

5) Foram desperdiçadas vacinas para gripe, BCG, hepatite B, varicela, entre outras, na casa de milhões de doses. Há medicamentos para tratamento de hepatite C, Câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e problemas renais, DST/AIDS, entre outros.

6) Há medicamentos de altíssimo custo, e de difícil aquisição, como uma ampola de nusinersena de 160 mil reais e 908 frascos de eculizumab, de 11,8 milhões de reais.

7) Em tempos de pandemia, cerca de 2 milhões de exames RT-PCR para Covid também viraram lixo. Mas também a testes para diagnóstico de dengue, zika e chikungunya.

Mas nada se compara à cara de pau, a desfaçatez e o espírito de Brás Cubas (o morto escritor que não precisava mais temer julgamento) do diretor do Departamento de Logística (Dlog) do Ministério da Saúde, general da reserva Ridauto Fernandes, justificou o desperdício à publicação afirmando que a perda de validade de produtos “é sempre indesejável”, mas ocorre “em quase todos os ramos da atividade humana”. “Em supermercados, todos os dias, há descarte de material por essa razão”.

O general Fernandes compara o comércio varejista que embute as perdas no preço final das mercadorias e segue feliz lucrando, com uma atividade que, em última análise, se faz para salvar vidas.

É evidente que é possível que haja perdas nos estoques, por problemas de logística, acidentes, extravios não propositais e até mesmo por vencimento da validade, mas não nesse nível. O que assistimos é gestão criminosa, na melhor das hipóteses, improbidade administrativa.

O que se observou foi um grau de incompetência que se explica pelo desmonte sistemático do SUS, tanto pelo desfinanciamento como pela enxurrada de milicos e indicações políticas de gente sem expertise para a função.

O SUS sempre tocou a máquina administrativa alicerçada no seu corpo de funcionários de carreira e com uma tradição de que, mesmo cargos de confiança, eram ocupados com pessoas da saúde. Era o partido do SUS, se dizia. Foram décadas construindo uma expertise reconhecida no mundo todo.

Temer iniciou a quebra dessa tradição e o facínora que veio para “mudar tudo isso que está aí”, de fato mudou, desmantelando o Ministério da Saúde e desarticulando a capacidade de gestão SUS pactuada entre as três esferas de governo.

Casos ativos: 1,073 milhão
233 dias de campanha geral e 214 de segunda dose ou dose única.
– ao menos uma dose: 134,871 milhões (63,23 % da pop.)
– imunizadas: 67,337 milhões (31,57% da pop.), do total de imunizadas, 4,140 milhões são dose única.
– terceira dose: 13 mil


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