A Variante Delta e o Risco de Nova Onda de Mortes no Brasil

Impacto da mutação e a urgência na aceleração da vacinação

O Brasil, entre os países mais afetados pela Covid-19, viu sua posição na taxa de mortalidade por óbitos a cada 100 milhões de habitantes oscilar nos últimos dias. No final de julho e meados de agosto, o país ultrapassou Macedônia do Norte, Montenegro e Bulgária, tornando-se a 5ª pior taxa de mortalidade do mundo. No entanto, em uma reviravolta inesperada, menos de 10 dias depois, a média móvel de mortes desses países disparou, fazendo com que o Brasil voltasse para a 8ª posição.

A principal razão dessa oscilação foi o avanço da variante Delta, que se espalhou rapidamente nos países europeus e outros lugares, e que tem mostrado maior transmissibilidade, incluindo entre pessoas vacinadas. O Brasil, que ainda enfrenta desafios relacionados à vacinação e a adesão à segunda dose, já começa a notar a pressão crescente dessa variante, com 40% dos novos casos em São Paulo associados à Delta.

A situação no Brasil, apesar de uma redução nos números de óbitos, ainda exige cautela. Desde a marca de 191 dias consecutivos com a média móvel acima de 1 mil mortes, o país experimentou 32 dias consecutivos com números abaixo dessa marca. No entanto, nos últimos 6 dias, a média móvel de mortes se estabilizou em cerca de 600, sinalizando que a queda na mortalidade pode ter estagnado. Além disso, o primeiro registro oficial de morte por variante Delta foi confirmado em São Paulo em uma mulher de 74 anos, vacinada com as duas doses da CoronaVac. Este caso reforça o risco da variante, que, apesar da vacinação, continua a se espalhar.

Estudos sobre a variante Delta apontam uma possível perda de eficácia da imunização ao longo do tempo, embora os dados precisos sobre o quão rápido isso ocorre ainda não estejam claros. Com isso, especialistas reforçam a necessidade de manter os cuidados preventivos, especialmente para idosos e pessoas com comorbidades. Medidas de distanciamento e uso de máscara, mesmo para vacinados, são essenciais para evitar uma nova onda de contágio e mortes.

São Paulo, com a maior parte dos novos casos relacionados à Delta, enfrenta a pressão de medidas de isolamento cada vez mais flexibilizadas. A vacinação precisa ser acelerada, especialmente a segunda dose e o reforço para grupos de risco, para que se consiga barrar o avanço da variante e minimizar o impacto da pandemia.

No Brasil

  • Registros de mortes: 882
  • Total de mortes: 580.525
  • Média móvel de mortes (últimos 7 dias): 671
  • Casos confirmados (24h): 26.759
  • Casos acumulados: 20.777.867
  • Média móvel de novos casos (últimos 7 dias): 23.266
  • Casos ativos: 1,123 milhão
  • Pessoas vacinadas (1ª dose): 131,3 milhões (61,56% da população)
  • Pessoas imunizadas (2ª dose ou dose única): 62,6 milhões (29,34% da população)

No Mundo

  • Casos: 218,4 milhões
  • Óbitos: 4.531.700
  • 1º EUA: 657,5 mil
  • 2º Brasil: 580,5 mil
  • 3º Índia: 439,1 mil
  • 4º México: 258,5 mil
  • 5º Peru: 198,3 mil
  • 6º Rússia: 183,2 mil

Os dados indicam que, embora a vacinação avance, é fundamental acelerar o processo para que mais pessoas estejam protegidas contra a variante Delta e suas consequências. A combinação de maior cobertura vacinal, reforço nas doses e manutenção de medidas de proteção pode ajudar a conter novos picos e garantir uma transição segura para a superação da pandemia.

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