Falta coordenação do Ministério da Saúde para a campanha de vacinação contra Covid-19. O ministério fez do PNI uma coisa sem ares e cara de campanha que geraria um clima de mobilização na população e nos gestores envolvidos. O PNI parece reduzido ao ato administrativo de receber doses e distribuí-las.
Para complicar, o Brasil que tem um programa gigante e complexo de vacinação, com ênfase na vacinação infantil, parece agora ter um programa clandestino. Não há de fato CAMPANHA e isso vai ter um custo em breve, com aumento das doenças infantis. Outro exemplo é a vacinação contra a gripe que, das 80 milhões de doses disponíveis, foram utilizadas menos de 40 %.
Essa descoordenação tem o índice mais visível o estabelecimento de uma enorme desigualdade dos resultados entre estados, municípios e regiões.
As diferenças entre os estados são absurdas, variando de 44% e 72% da população com uma dose e 13% e 44% da população com esquema vacinal completo, diferença de quase 3,5 vezes entre quem mais e menos vacina.
Essa descoordenação também provoca, não raramente falta de vacina, geralmente sendo suspensas a aplicação da segunda dose (sexta-feira (27) foi o caso de Porto Alegre/RS), mas também se tem a interrupção completa da vacinação.
A falta de transparência é a tônica e frequentemente somos surpreendidos com notícias ruins, como a que foi veiculada nesta semana de que a Fiocruz vai adiar para novembro, o início da produção da vacina com IFA e todos os ingredientes nacionais, prevista inicialmente para setembro.
Entre os motivos do atraso há a super demanda de suprimentos para a fabricação de vacinas que gera dificuldade para encontrar muitos itens, até mesmo frascos de envase.
Isso é completamente compreensível, pois sim, há crise, especulação de preços e muita competição. O que não se compreende é a forma passiva com que o governo reage à situação.
Deveria haver um esforço extra, articular recursos diplomáticos, comerciais e logísticos, até com o frete de navios e aviões e uso de aviões e embarcações das forças armadas. Seria o que se chama de esforço de guerra, que é o que de fato estamos vivendo, mas atualmente desperdiçando muita energia para combater a inércia negacionista e o plano genocida posto em prática.
Enquanto isso, o Rio de Janeiro, que vacinou com a segunda dose menos que a média nacional, é o epicentro da propagação da variante Delta. Mas isso é assunto para o próximo diário…
No Brasil:
Registro de mortes hoje: 656
Total de mortes: 579.052
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 687
Casos confirmados em 24 horas: 23.155
Casos acumulados na pandemia: 20.726.800
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 24.722
Casos ativos: 1,111 milhão
224 dias de campanha geral e 205 segunda dose ou dose única.
Pessoas vacinadas ao menos uma dose: 128,671 milhões (60,32% da pop.)
Imunizadas: 60,162 milhões (28,21% da pop.), sendo 4,113 milhões com dose única.
No mundo:
Casos: 216,7 milhões
Óbitos: 4.405.900
1º – EUA: 654 mil
2º – Brasil: 579 mil
3º – Índia: 437,9 mil
4º – México: 257,1 mil
5º – Peru: 198,1 mil
6º – Rússia: 180,8 mil
(SP: 145,4 mil)
7º – Reino Unido: 132,4 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).