A Necessidade de Acelerar a Vacinação Completa no Brasil

O descompasso entre a primeira e a segunda dose compromete a efetividade da vacinação, especialmente com a variante Delta

Após sete meses de campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o cenário é preocupante em relação à aplicação das doses. A estratégia inicial concentrou esforços na primeira dose, com o intervalo prolongado entre as doses da Pfizer, que foi estendido para 12 semanas (84 dias). No entanto, a maior parte dos países da Europa adota um intervalo máximo de 45 dias. Já no caso da AstraZeneca, embora o prazo máximo recomendado fosse de 12 semanas, muitos países, como os da Europa, definiram um intervalo de 60 dias para otimizar a imunização.

Enquanto isso, a CoronaVac seguiu a recomendação de quatro semanas para a aplicação da segunda dose, e esse prazo foi adotado no Brasil. A consequência desse planejamento foi que a vacinação em primeira dose avançou de forma mais rápida que a segunda dose. Essa abordagem, que difere das adotadas por países como Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Itália, e até mesmo por nossos vizinhos Chile e Uruguai, resultou em um atraso considerável na vacinação total da população brasileira.

Atualmente, quando comparamos a vacinação em primeira dose do Brasil com a da França, observamos uma diferença de 10% a menos. Já em relação à vacinação total, o Brasil está 30% atrás do país europeu. Esse atraso compromete a efetividade das vacinas, especialmente diante da prevalência da variante Delta, que é mais transmissível e agressiva do que as cepas anteriores. Isso significa que, enquanto os primeiros vacinados no Brasil já estão parcialmente imunizados, um grande número de pessoas ainda não atingiu a imunização plena.

É urgente que o Brasil reduza o intervalo entre as doses, principalmente da Pfizer e AstraZeneca, e amplie a vacinação completa. O atraso na segunda dose coloca em risco não só a saúde da população, mas também o controle da pandemia, visto que as variantes mais contagiosas exigem uma resposta imunológica mais robusta e rápida. Para garantir a eficácia das vacinas, é imprescindível que a população tenha acesso à imunização completa o mais breve possível.

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