Pandemia: Queiroga genocida

Sem querer ser pessimista, mas talvez sendo, tenho a impressão de que a pandemia tem produzido mais confirmações de prognósticos negativos do que positivos.

Começando pela avaliação de que uma doença grave global geraria grandes movimentos de solidariedade e de consensos sobre a necessidade de políticas públicas de saúde e de proteção social.

Não foi bem isso que observamos, até pelo fato de que a doença atinge preferencialmente populações mais vulnerabilizadas e, como se diz, exacerbou diferenças sociais nas populações e entre países. Pergunte para a OMS sobre o que ela acha do esforço global por vacinas para todos.

Também quando falamos especificamente da doença, as previsões negativas superam as positivas. Por exemplo, muitos apostaram que depois de um ciclo de avanço da pandemia, haveria uma certa tendência de arrefecimento imposto pelo que seria a “história natural da epidemia”.

Nada disso, sucessão de variantes, uma mais perigosa que a outra, impuseram novas ondas (muitos duviram que haveria ondas) que superaram as anteriores, como no caso da Europa e do Brasil, cujo pico da segunda onda foi o triplo do da primeira em termos de mortes diárias.

Agora vem as notícias de que as vacinas seguem funcionando contra a variante Delta, mas com algum enfraquecimento na efetividade, gerando o debate de terceira dose, dose reforço, uso de vacinas de dois tipos e, óbvio, necessidade de desenvolvimento de novas vacinas.

Nessa linha, de perda de eficiência das vacinas, a agência de notícias Reuters, publicou que Cientistas da Universidade de Oxford concluíram estudo que mostra que a proteção gerada contra a variante Delta pelas vacinas da Pfizer e AstraZeneca enfraquece em três meses depois da segunda dose. A eficácia contra a Delta caiu de 85% para 75% no caso da Pfizer e da AstraZeneca de 68% para 61%.

Antes que alguém saia correndo atrás de uma terceira dose, é importante frisar que os números ainda são bons, no que as vacinas têm de dar conta, que é da prevenção de casos graves e mortes. Mas, Israel já está aplicando a terceira dose e França e Alemanha estão cogitando seguir no mesmo rumo. Os EUA já vacinam com a terceira dose imunodeprimidos, mas já estudam generalizar, optando por uma dose extra 8 meses após a segunda dose.

Aqui estamos um pouco para trás, até se discute o tema, mas ainda patinamos na imunização da população. Seria muito extemporâneo, acredito, planejar terceira dose quanto somente 25% da população tomou a segunda ou a vacina de dose única. A não ser que se perca de vez o caráter de uma estratégia nacional de imunização e passemos a disputar doses, favorecendo regiões e populações privilegiadas.

Não poderia deixar de registrar a fala do ministro da saúde (na verdade do vírus) que se posicionou contra a obrigatoriedade do uso de máscara com o “excrementoso” argumento de que no Brasil tem muita lei e o blá-blá-blá de que tem que apostar na conscientização.

Seria somente uma abissal asneira, uma reprodução acrítica de jargões do senso comum que soam ridículo na boca da principal autoridade de saúde no país, se não fosse coisa muito pior, que é a intenção de se comunicar com a base bolsonarista dando argumentos e ânimo para que sigam sabotando os esforços de combate à pandemia.

Queiroga fez guerra híbrida negacionista e genocida.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 1.030

Total de mortes: 572.733

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 821

Casos confirmados em 24 horas: 35.793

Casos acumulados na pandemia: 20.494.014

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 29.895

Casos ativos: 1,135 milhão

215 dias de campanha geral e 196 segunda dose ou dose única.

– pessoas vacinadas ao menos uma dose: 120,228 milhões (56,78% da pop.)
– imunizadas: 53,437 milhões (25,24% da pop.), sendo 4,057 milhões com dose única.

No mundo:

Casos: 210,7 milhões

Óbitos: 4.415.600

1º – EUA: 642,8 mil

2º – Brasil: 572,7 mil

3º – Índia: 433,6 mil

4º – México: 250,5 mil

5º – Peru: 197,6 mil

6º – Rússia: 173,7 mil
(SP: 143,8 mil)

7º – Reino Unido: 131,4 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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