Mesmo com Variante Delta, Doria resolve flexibilizar

Vacinando essa semana pessoas de 18 anos ou mais, a capital de São Paulo informa que já vacinou em primeira dose 100% dos adultos vacináveis e 44% em esquema vacinal completo. Considerando a população total, os percentuais são de 75% e 31 % respectivamente.

Mesmo com o percentual de pessoas totalmente vacinadas 24% maior que a média nacional, São Paulo/SP tem tido nos últimos dias aumento da média móvel de óbitos. Há dez dias a média móvel era de 32 óbitos e hoje chegou em 91, aumento de 184%.

Mesmo assim, a partir de terça-feira (17) todos os estabelecimentos comerciais da capital (medida vale para todo o Estado), bares, restaurantes, shoppings e academias, passam a funcionar sem limites de horário ou capacidade para o atendimento presencial.

As novas regras também permitem feiras corporativas, convenções, congressos, exposições em museus e eventos sociais, como casamentos, jantares, festas de debutantes e formaturas, mas mantêm a obrigatoriedade no uso de máscaras e distanciamento social.

Isso mesmo com a incidência da variante Delta que tem elevado de forma consistente o número de casos e de óbitos em muitos países, como no Reino Unido. Lá a média móvel de mortes vem aumentando lenta, mas consistentemente, sem, no entanto, ser proporcional ao aumento da média móvel de casos.

Não haver uma explosão no número de mortes deve-se certamente ao índice de população totalmente vacinada que é superior a 65%. Bem diferente da cidade de São Paulo, cujo percentual de pessoas vacinadas com duas doses ou vacina de dose única é de 31%.

Frente a isso, a Sociedade Paulista de Infectologia, conforme reportagem do jornal Estadão de terça-feira, disse ver “com extrema preocupação” as novas medidas de flexibilização da quarentena em São Paulo.

A entidade alertou que a chamada “retomada segura” proposta pela administração Doria pode gerar “uma nova onda” da covid-19 no Estado, especialmente pela circulação da variante Delta.

Em nota, a Sociedade afirmou: “entendemos que a abertura deveria ser mais gradual e lenta, face aos riscos representados pela variante delta do novo coronavírus”.

No terça-feira, anunciando as medidas de afrouxamento, Doria disse que o uso de máscara no Estado será obrigatório até o fim deste ano, medida óbvia e insuficiente (pesquisem quantas pessoas foram autuadas por não usar máscara)

Ele também admitiu que, com a circulação da variante Delta, ainda são necessários “cuidados e zelos”, mesmo com o clima de “normalidade”. Afiançou a segurança das medidas argumentando que foram possíveis graças à menor taxa na ocupação de UTIs e à queda nos índices da pandemia no Estado.

Essa vem sendo uma questão desde o início da pandemia, que é de se considerar o índice de ocupação de rede de UTIs como determinante para se afrouxar. Acontece que ter leitos disponíveis quer dizer, em última análise, que se alguém adoecer terá tratamento, mas sabemos que mais de 50% dos pacientes com Covid-19 que vão para UTI acabam morrendo.

Por isso que ter UTI disponível não pode ser o critério determinante para medidas que afrouxem o controle da pandemia.

O correto seria combinar o conjunto de medidas sanitárias disponíveis e ampliar drasticamente a população com vacinação completa sabendo que, mesmo assim, a variante Delta, sendo a de maior prevalência, impacta contágios e óbitos. Vide França, Itália, Reino Unido e principalmente os EUA.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 985

Total de mortes: 571.703

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 813

Casos confirmados em 24 horas: 41.017

Casos acumulados na pandemia: 20.458.221

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 29.864

Casos ativos: 1,100 milhão

214 dias de campanha geral e 195 segunda dose ou dose única.

– pessoas vacinadas ao menos uma dose: 118,860 milhões (56,13% da pop.)
– imunizadas: 52,454 milhões (24,77% da pop.), sendo 4,048 milhões com dose única.

No mundo:

Casos: 210 milhões

Óbitos: 4.403.900

1º – E U A: 641,2 mil

2º – Brasil: 571,7 mil

3º – Índia: 433,1 mil

4º – México: 249,5 mil

5º – Peru: 197,5 mil

6º – Rússia: 172,9 mil
(SP: 143,5 mil)

7º – Reino Unido: 131,3 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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