(In)segurança sanitária

Lewandowski dá decisão favorável a São Paulo e Ministério da Saúde terá que passar 228 mil doses a mais do imunizante Pfizer.

A polêmica resolvida no STF se instalou no início do mês de agosto quando Doria acusou o ministério de repassar metade do lote já acertado no cronograma, sem prévio aviso ou processo de negociação, argumentando que isso comprometeria (por óbvio) o calendário paulista de vacinação.

Ainda sobre vacinas, noticiou-se ontem terça-feira (17) que poderá haver falta do imunizante AstraZeneca para a segunda dose no mês de setembro. Para suprir a demanda teriam que ser entregues pouco menos que 60 milhões de doses e a Fiocruz teria capacidade de entregar menos que 25 milhões.

O problema não é a capacidade do Bio-Manguinhos produzir, mas a falta de insumos importados que chegam num ritmo menor que o contratado.

Frente a possível falta o Ministério da Saúde já autorizou que a segunda dose pode ser feita pela Pfizer permitindo que se complete o esquema vacinal.

Há estudos que indicam que o procedimento não comporta riscos extras, mesmo sendo de tecnologias diferentes (*), lembrando que a troca de AstraZeneca por Pfizer na segunda dose já vem sendo feita em mulheres grávidas e puérperas por recomendação da Anvisa.

Menos que por riscos ou por déficit imunológico, o problema me parece a insegurança sanitária causada pela dependência de IFA, no caso da AstraZeneca e CoronaVac e da vacina completa, caso da Pfizer que até o momento vem mantendo corretamente o cronograma de entrega de maneira precisa.

Isso reforça a necessidade de maior investimento no desenvolvimento da produção soberana de imunizantes no país, como as que já estão em teste, ButanVac e Versamune. Ainda mais frente ao fato de que as variantes do Sars-CoV-2 tornam inviável a erradicação da doença, sendo mais provável a necessidade de campanha sazonais de vacinação.

Que sirva de lição para se pensar em outros imunizantes e medicamentos que possam ser considerados estratégicos, lembrando que hoje o Brasil importa mais de 90% dos medicamentos e insumos. E, curiosamente, mais da metade vem da China.

(*)
Pfizer usa tecnologia genética do RNA mensageiro que faz com que as células saudáveis do corpo produzam a mesma proteína que o coronavírus utiliza para entrar nas células. Ao fazer isso, o sistema imune é obrigado a produzir anticorpos que, durante uma infecção, podem neutralizar a proteína do verdadeiro coronavírus e impedir o desenvolvimento da infecção;

A AstraZeneca usa o adenovírus modificado geneticamente para que atue de forma parecida com o coronavírus, mas sem risco para a saúde. Isso faz com que o sistema imunológico treine e produza anticorpos capazes de eliminar o vírus caso aconteça a infecção.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 1.137

Total de mortes: 570.718

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 833

Casos confirmados em 24 horas: 38.218

Casos acumulados na pandemia: 20.417.204

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 29.117

Casos ativos: 1,226 milhão

213 dias de campanha geral e 194 segunda dose ou dose única.

– pessoas vacinadas ao menos uma dose: 115,989 milhões (54,77% da pop.)
– imunizadas: 50,509 milhões (23,85% da pop.), sendo 4,035 milhões com dose única.

No mundo:

Casos: 209,3 milhões

Óbitos: 4.392.900

1º – EUA: 639,7 mil

2º – Brasil: 570,7 mil

3º – Índia: 432,5 mil

4º – México: 248,7 mil

5º – Peru: 197,5 mil

6º – Rússia: 172,1 mil
(SP: 143,1 mil)

7º – Reino Unido: 131,1 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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