Já são mais de 500 textos escritos desde o final de março/2020, quando comecei a escrever o diário da pandemia. Desde o primeiro texto tenho informado os números diários da pandemia e tenho tentado contribuir com textos de análise e denúncias dos descaminhos da condução da crise pandêmica.
A última fase é da onda Delta, provocada pela expansão da prevalência desta variante que foi originalmente identificada na Índia e que se espalhou de forma mais eficaz do que todas as outras.
Mais transmissível e mais agressiva, ao menos comparada à variante Alfa (não há estudos conclusivos de comparação com a Gama, a originariamente identificada em Manaus), impacta a lógica da vacinação, exigindo que se tenha o esquema de imunização completo para que se mantenha a efetividade das vacinas (os estudos mais conclusivos se referem à AstraZeneca e Pfizer.
Trocando em miúdos, com uma dose a proteção é muito baixa e com duas doses a proteção volta a ser adequada, pensando na imunização de populações. A conclusão que me parece a mais sensata é que deveríamos aqui buscar apressar a segunda dose, de forma muito planejada, mas decidida, com metas precisas.
Por exemplo – positivo – a cidade de São Paulo iniciou hoje a xepa para a segunda dose (já é alguma coisa), mas avançar na vacinação de adolescentes poderia ser uma meta mais ponderada, de modo que parte dessas doses fossem destinadas à avançar a segunda dose de grupos mais vulneráveis.
Me parece evidente que isso só é polêmico pelo fato de haver escassez de doses, caso contrário muitos governadores, Doria à frente, estariam disputando e propagandeando “recordes” de antecipação.