Vacinas contra a COVID-19: A Efetividade, os Desafios e a Urgência da Vacinação Completa

Estudo recente aponta uma diminuição da efetividade das vacinas contra a variante Delta, mas reafirma a importância da imunização completa no combate à pandemia.

Um estudo publicado na New England Journal of Medicine na quinta-feira (12), liderado pela Public Health England, trouxe importantes dados sobre a efetividade das vacinas contra a COVID-19, especialmente em relação às variantes do vírus. A pesquisa apontou que as vacinas Pfizer e AstraZeneca apresentam uma efetividade menor contra a variante Delta, após uma única dose, quando comparadas à variante Alfa. Contudo, a diminuição foi discreta após a segunda dose.

Em termos numéricos, a efetividade da Pfizer caiu de 93,7% para 88%, enquanto a da AstraZeneca foi de 74,5% para 67%. Embora a diminuição da eficácia seja notável, ainda se trata de índices elevados de proteção, que, se analisados isoladamente, seriam considerados um sucesso.

A análise, no entanto, focou apenas na efetividade contra doenças sintomáticas, sem avaliar o impacto das variantes em relação a doenças graves, hospitalizações ou mortes. A principal conclusão do estudo é que, apesar da diminuição da eficácia, as vacinas continuam sendo fundamentais no controle da pandemia, especialmente quando consideradas em doses completas.

A vacinação como ferramenta de controle da pandemia depende de diversos fatores, sendo a velocidade de imunização um dos mais críticos. Em um cenário ideal, todas as pessoas vacináveis deveriam ser imunizadas em um curto intervalo de tempo, o que, em termos de experiências anteriores, poderia ser feito em até 120 dias. Esse prazo seria suficiente para completar o ciclo de vacinação, desde que houvesse a disponibilidade necessária de imunizantes.

Outro aspecto essencial para o controle da pandemia é o alcance da imunidade de rebanho, que ocorre quando uma alta porcentagem da população está protegida, diminuindo significativamente a transmissão do vírus. Estudos sugerem que cerca de 70% da população precisa estar vacinada para que essa imunidade coletiva seja alcançada. No entanto, com o surgimento da variante Delta, essa taxa pode precisar ser elevada para 80%, já que a variante tem mostrado capacidade de infectar até mesmo pessoas imunizadas.

No Brasil, atualmente cerca de 30% da população está com o esquema vacinal completo, um número ainda insuficiente para conter a propagação do vírus de maneira eficaz. Com isso, persiste a necessidade urgente de acelerar a vacinação, especialmente com a segunda dose ou vacinas de dose única. No país, o intervalo entre as doses da AstraZeneca e da Pfizer é de 84 dias (12 semanas), uma diferença considerável em relação a outros países, onde esse intervalo é bem menor, variando entre 25 e 60 dias.

Embora a escassez de vacinas seja uma realidade, é crucial que se defina claramente o que precisa ser feito, sem naturalizar a lentidão ou a ineficiência na resposta ao combate à pandemia. A medida mais urgente, com a predominância da variante Delta, é acelerar a aplicação da segunda dose para garantir uma proteção mais robusta contra o vírus.

Portanto, enquanto seguimos avançando com a vacinação, é fundamental manter as medidas de proteção, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a ampliação das campanhas de conscientização. A vacinação completa é a chave para enfraquecer a transmissão e reduzir as taxas de hospitalização e mortes, e o Brasil precisa se mobilizar para alcançar esse objetivo com a maior brevidade possível.

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