Banco Santander e a carta golpista

A explicação institucional fajuta foi a de que a carta havia sido escrita por uma consultoria privada. Entretanto, tal consultoria é PAGA com dinheiro do banco e CIRCULOU o documento em rede do banco.

Eis seu inteiro teor:

“Um escritor alemão advertiu que a História, quando se repete, é como farsa e, ontem, o experimento do presidente Bolsonaro para repetir 1964 terminou como farsa, com seus blindados da Guerra do Vietnã e seus generais funcionários. Não há apoio social, nem apoio do establishment, nem radicalismo de esquerda para justificar uma aventura, que terminaria de forma melancólica com algumas prisões. Por fim, não há interesse do sistema político em um regime bolsonarista. Dito isso, é preciso reconhecer um problema na eleição de 2022: a perspectiva de retorno ao poder da máquina de corrupção do governo Lula.

Basta comparar os esquemas de corrupção do Mensalão e do Petrolão com as aventuras cômicas de reverendos e militares da reserva tentando uma comissão na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro. Os recursos desviados pelas máquinas políticas dos governos passados ainda não apareceram. Ou seja, se o sistema político e judicial, se o establishment político brasileiro acham cômico o governo Bolsonaro, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça bem mais séria. Hoje, Lira é o presidente da Câmara, mas sob um governo do PT, seria um modesto aliado abrigado em um cargo menor.

Em suma, ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo. Pode voltar a sê-lo”.

Este “documento” faz algumas referências curiosas:

  1. Volta da “máquina de corrupção” – sim, houve corrupção em diversos níveis e formatos durante o governo Lula (2003/2010). Passada mais de uma década, creio que o Brasil de hoje está muito mais eficiente em vigiar a corrupção. Mesmo se Lula quisesse trazer a “velha máquina” de volta, ela seria prontamente detectada.
  2. O medo do mercado não é a “máquina de corrupção”. Pura desculpa. O incômodo reside em adivinhar qual seria o seu papel numa terceira administração de Lula. Como se já não tivesse tomado um tapa na cara de quem lhe fez juras de amor nesta gestão.
  3. Nem comecem a falar em fisiologismo. Nada se compara ao atual despropósito da aparelhagem do Executivo com hordas de militares onipresentes na administração pública.
  4. Escândalo de vacina não se compara a “Petrolão”. Claro que não. O mercado sempre cagou e andou para a relevância das políticas públicas. Eu pergunto ao Santander: quantas vidas morreram sem necessidade no escândalo do Petrolão? O que não se compara é DINHEIRO com VIDA, senhores.
  5. A referência a Lira, boneco de Bolsonaro, chega a ser patética. Incrivelmente patética. Ameaçam-no com perda de emprego e de relevância numa nova gestão. Que vá para o fundo do inferno, seja em que governo for.
  6. O “escritor alemão” ao qual a publicação se refere é Karl Marx. Por quê não o citaram diretamente? Santander tem medo de comunista e de mula sem cabeça.
  7. Por fim, a cereja do bolo. “Lula pode voltar a ser condenado”. Dão vida ao infame golpe de Moro e sua claque. É muita canalhice a ressurreição dessa patifaria jurídica da gangue de Curitiba e um medo (???) a ela associado.

Ande logo Santander! O tempo para escolher o marionete que lhes servirá de capacho está acabando. E até vocês já viram a merda que fizeram elegendo o atual comandante fascista

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