Algo está fora da nova ordem mundial


A variante Delta reforça a desigualdade entre países ricos e pobres que já vem acontecendo desde o início da pandemia. Contrariando orientação (quase apelo) da OMS, Alemanha e França já planejam a aplicação da terceira dose (Pfizer e AstraZeneca). Israel já iniciou a campanha da terceira dose.

A preocupação desses países é com a maior capacidade de transmissão da variante e pela avaliação de que se trata de cepa com potencial de causar casos mais agudos da doença. mas tem um outro fator influenciando, que é a perda de apoio das populações desses países frente às medidas de isolamento social e uso de máscara, que tem alimentado protestos e queda de popularidade dos governos.

A OMS, por sua vez, fala da necessidade de ampliar a vacinação de forma mais equânime no mundo todo. Para isso utiliza argumentos tanto humanitários quanto sanitários. Os humanitários acho que não preciso explicar. Os argumentos sanitários dizem respeito ao fato de ser um vírus que tem como característica as constantes mutações.

Sem vacinas, países, regiões e grupos (como os negacionistas estadunidenses) desprotegidos seriam criadouros de cepas e fonte de novas ondas da doença. a OMS tem insistido, apoiada amplamente pela comunidade científica, que a estratégia de vacinação é sempre a de controle da doença pela criação de imunidade coletiva e, como se trata de uma pandemia, o correto seria a busca de uma imunidade global.

Num mundo globalizado pelo capitalismo liberal predatório, internacionalizam-se produtos, serviços, modos precários de trabalho, pobreza, fome, armas, guerras e até vírus. Saúde?

Quem sabe no século XXII.

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