De volta à variante Delta

O Reino Unido vem sofrendo os impactos da onda Delta da pandemia. Lá a vacinação está muito avançada, com perto de 60% da população com duas doses ou de vacina de dose única, pessoas imunizadas, portanto.

Mesmo assim houve uma explosão de novos casos, sem que proporcionalmente subisse o número de mortes. Mas subiu. A média móvel de óbitos, que em maio e junho ficou sempre perto de 7, começou a subir a partir da segunda quinzena de julho e ontem passou de 80.

Evidente que muito distante da média móvel de mais de 1.200, como a que se registrou em janeiro deste ano, mas é um aumento de 10 vezes. Marco isso pelo fato de a variante Delta no Brasil ter 15% de prevalência, dado oficial e com chances de estar defasado pelo fato de testarmos pouco. Vivemos o risco de expansão rápida da presença da variante Delta com uma cobertura vacinal de imunizados de apenas 20%.

Na cidade de São Paulo a Secretaria de Saúde já demonstra preocupação com o crescimento (ainda que pequeno) do número de casos, enquanto caem as mortes e internações. O temor é que se trata do avanço da Delta.

A reação das autoridades de saúde de São Paulo está, felizmente, para além da retórica, tomando medidas de intensificação de ações de vigilância como a orientação para que qualquer pessoa que tenha sintomas de gripe procure imediatamente uma unidade de saúde, buscando notificar e investigar os casos suspeitos.

Também vai haver a distribuição de máscaras N95 para as pessoas que tiverem sintomas respiratórios e para as pessoas que convivem com os sintomáticos, conforme anunciado em entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira (3).

Me parece que o risco da onda Delta é cada dia mais evidente e o grande trunfo são medidas de isolamento, intensificação do uso de máscara e vacina, com o detalhe que no caso da variante Delta a eficácia da vacina melhora muito com a imunização completa.

Daí minha insistência no tema e a sensação de que há um certo tabu, talvez pela avaliação de que a escassez de vacina não permitiria nenhum rearranjo, como por exemplo um esquema vacinal praticado na Itália, em que a Pfizer tem intervalo de 25 até 40 dias e a AstraZeneca de 60 a 80 dias, conforme informou meu amigo italiano, Giovanni.

A questão é que aparentemente a aposta da maioria das autoridades sanitárias é que a variante Delta não vai expandir a sua prevalência sobre as demais ou ao menos isso não se dará de forma rápida como aconteceu nos EUA, por exemplo. Se não é isso, é urgente aumentar o ritmo da segunda dose e evitar mortes que podem ser evitadas.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 1.238

Total de mortes: 558.597

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 956

Casos confirmados em 24 horas: 32.694

Casos acumulados na pandemia: 19.986.073

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 33.873

Casos ativos: 1,631 milhão

199 dias de campanha geral e 180 segunda dose ou dose única.

  • pessoas vacinadas ao menos uma dose: 102,705 milhões (48,50% da pop.)
  • imunizadas: 42,784 milhões (20,20% da pop.), sendo 3,890 milhões com dose única.

No mundo:

Casos: 200,2 milhões

Óbitos: 4.257.000

1º – EUA: 630,4 mil

2º – Brasil: 558,6 mil

3º – Índia: 425,8 mil

4º – México: 241,3 mil

5º – Peru: 196,5 mil

6º – Rússia: 160,9 mil
(SP: 139,5 mil)

7º – Reino Unido: 129,9 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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