Fiz as contas do total de vacinas contratadas para esse ano e, se tudo for confirmado, vai sobrar. Parece estranho, pois o que se comenta até agora é a escassez. Mas vamos lá, aos dados.
Contratadas até o final do ano são 200 milhões de doses da Pfizer, 260 milhões da AstraZeneca, 100 milhões da CoronaVac, 42 milhões da COVAX Facility (OMS) e 4,5 milhões da Janssen. Isso totaliza 564,5 milhões ou 284,5 milhões de pessoas vacinadas, sendo que teríamos, incluindo como vacináveis crianças a partir de 5 anos, cerca de 205 milhões de pessoas aptas a serem imunizadas.
Seguindo a conta, imaginando que em média conseguiríamos (por recusa e todas as razões possíveis) atingir 85% dessa população, teríamos 175 milhões de pessoas vacináveis. Sem considerar que a Janssen é dose única, precisaríamos de 350 milhões de vacinas, portanto já teríamos 210 milhões de doses a mais.
Do total já contratado, chegaram e foram distribuídas cerca de 175 milhões de doses e já foram inoculadas cerca de 145 milhões de pessoas. Cerca de 90% das vacinas já distribuídas são AstraZeneca e CoronaVac.
Me parece que a conta está estranha e penso que o fator Pfizer é um dos complicadores, pois o anúncio inicial do governo, em fevereiro deste ano, foi de uma compra de 70 milhões de doses, em março a quantia foi ampliada para 100 milhões e em maio o ministro despachante de Bolsonaro, Queiroga, anunciou a contratação de 200 milhões.
Na prática, a Pfizer entregou cerca de 12 milhões de doses e, no início de agosto, completam-se os lotes já programados, totalizando 13 milhões de doses. A Pfizer é fabricada em um laboratório nos EUA e para conseguir entregar o restante, a fábrica estaria reformulando sua operação, garantindo 70 milhões até setembro e o total contratado até o final do ano.
Para quem tem dúvidas do número que apresentei, o próprio Queiroga, em cerimônia de assinatura de contrato com a Fiocruz em 1 de junho deste ano disse: “com mais de 600 milhões de doses encomendadas, nosso objetivo é oferecer até o fim do ano vacinação para toda a população do país”.
Evidente que o que garante a vacinação são as doses de fato estarem no país, sendo efetivada a campanha de vacinação nos postos, mas seria interessante saber qual é de fato o planejamento. Em se tratando de vacina contra uma doença tão grave, eu preferia “errar” na conta para mais. Só me parece que 200 milhões a mais é um pouco exagerado.
Podemos pensar em dose reforço ou campanha para ano que vem, mas aí tem a questão de armazenagem e validade do imunizante. Também tem outra questão importante que é a fabricação de vacinas no país, com tecnologia própria, que com vacina sobrando não encontraria mercado. Estou só pensando alto…
No Brasil:
Registro de mortes hoje: 449
Total de mortes: 556.886
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 984
Casos confirmados em 24 horas: 20.554
Casos acumulados na pandemia: 19.935.132
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 35.645
Casos ativos: 1,613 milhão
198 dias de campanha geral e 179 segunda dose ou dose única.
- pessoas vacinadas ao menos uma dose: 100,872 milhões (47,64% da pop.)
- imunizadas: 41,486 milhões (19,59% da pop.), sendo 3,845 milhões com dose única.
No mundo:
Casos: 199 milhões
Óbitos: 4.239.600
1º – EUA: 629,4 mil
2º – Brasil: 556,9 mil
3º – Índia: 424,8 mil
4º – México: 240,9 mil
5º – Peru: 196,4 mil
6º – Rússia: 159,3 mil
(SP: 139 mil)
7º – Reino Unido: 129,7 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).