Alertas da OMS sobre a expansão da variante Delta já acontecem há alguns meses, mas recentemente tem subido o tom. Já são 132 países com a presença da variante e a regra geral é de que ela eleva de forma significativa o aumento do número de infectados.
A variante Delta tem sido tão eficaz na transmissão que basta algumas semanas para ser a variante com maior prevalência. No Japão é quase 80%, nos EUA já é mais de 90% e na China e no Reino Unido, quase 100%. No Brasil, segundo os dados do Our Word In Data, é 15% que é um dado pouco confiável devido a nossa baixa testagem, menor ainda é a identificação de variantes (falta vigilância genômica).
O fato é que aumenta mundo afora o endurecimento de restrições sanitárias. Notícia da France Presse informou hoje ampliação de confinamentos na China e decretação de estado de emergência sanitária no Japão, em plena Olimpíada.
Para desespero de nossos liberais que enxergam risco de comunismo em medidas sanitárias, a Austrália tem tropas do exército nas ruas para garantir uso de máscara e impedir aglomerações. Só lembrando que aqui o Bolsonaro planejou por tropas do exército para garantir o não uso e o “direito” à aglomerar.
A variante Delta é algo como 50% mais transmissível que a média das outras variantes e estudos europeus recentes sugerem que relaxar medidas sem cobertura vacinal efetiva (acima de 50% com duas doses) é correr risco para além do razoável.
Aqui, com 20% de cobertura com imunização completa, poucas medidas restritivas se sustentam. Anúncio de futebol com torcida nos estádios, aulas presenciais, liberação de pequenos eventos e por aí segue. O uso de máscara nas ruas é baseado na adesão voluntária. Ao menos em São Paulo é comum ver pessoas andando nas ruas sem máscara sem serem abordados por nenhuma autoridade.
Mas fundamentalmente, o que nunca tivemos, foi uma coordenação nacional das medidas e nem mesmo uma comunicação coerente e sistemática sobre o tema. Sabemos que, ao contrário, o Ministério da Saúde, seguindo ordens de Bolsonaro, tentou coordenar a expansão livre do vírus, atrapalhando os esforços de governadores e prefeitos não negacionistas.
Seguimos aumentando a vacinação, lentamente no geral e desigualmente entre estados e regiões. Seguimos também diminuindo a média móvel de mortes, apesar de ainda ser muito alta. Mas não temos enfrentado a questão variante Delta de forma contundente, ao menos dando o peso que a OMS está exigindo.
E o mês de julho encerra com 38.191 óbitos (5.279 mais que julho de 2020) no total e 991 óbitos de média móvel, depois de 191 dias consecutivos com média móvel acima de 1 mil.
No Brasil:
Registro de mortes hoje: 925
Total de mortes: 556.437
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 991
Casos confirmados em 24 horas: 35.541
Casos acumulados na pandemia: 19.914.578
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 35.382
Casos ativos: 1,592 milhão
197 dias de campanha geral e 178 segunda dose ou dose única.
- pessoas vacinadas ao menos uma dose: 100,678 milhões (47,54% da pop.)
- imunizadas: 41,403 milhões (19,55% da pop.), sendo 3,825 milhões com dose única.
No mundo:
Casos: 198,5 milhões
Óbitos: 4.231.400
1º – E U A: 629,3 mil
2º – Brasil: 556,3 mil
3º – Índia: 424,4 mil
4º – México: 240,5 mil
5º – Peru: 196,3 mil
6º – Rússia: 158,6 mil
(SP: 139 mil)
7º – Reino Unido: 129,7 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).