O vírus joga como titular

A volta de jogos de futebol com público nos estádios é mais um erro (erro?) que o Brasil comete no manejo da pandemia e argumentar que a Europa já faz não serve. Primeiro porque também a Europa cometeu erros grosseiros que permitiram a segunda e a terceira onda ainda mais mortais que a primeira.

Segundo porque os principais países como Reino Unido, França, Espanha e Itália tiveram média móvel de mortes bastantes elevadas, mas com vacina e demais medidas derrubaram a curva a ponto de, no início de julho, terem todos média móvel de óbitos inferior a 25 e o Brasil em 1,4  mil.

Mesmo assim, com a expansão da variante Delta, todos têm experimentado aumento significativo de novos casos a ponto de o RU ter índices superiores ao do Brasil, mas sem isso refletir na mesma proporção no número de mortes. O diferencial está no índice de vacinação, muito superior ao do Brasil.

Todos esses países já têm a variante Delta com a maior prevalência entre 70 e 99,9% dos casos novos nas últimas duas semanas. E no Brasil? Pois é… para variar não sabemos, porque não se testa em massa e nem se faz mapeamento genômico adequadamente.

Ou seja, além das concentrações no transporte público, bares, festas clandestinas e tantas outras formas (evitáveis ou não), teremos mais uma, certamente evitável, que é torcida nos estádios.

Mas fiquem tranquilos, a CBF fez um estudo que definiu protocolos e o Ministério da Saúde já deu aval. Duas instituições para já de confiáveis, não é mesmo?

Enquanto isso, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (nome oficial com a data de 2020), há escassez de kits de teste para a Covid-19, necessários para seu esquema diário de testagem, e há atletas que não foram testados hospedados na vila dos atletas, devido à falta dos insumos, informou a emissora pública japonesa NHK. Não faltaram drones, credenciais, os fogos brilharam perfeitamente e tudo ocorreu bem, só faltou o insumo para os testes.

Na olimpíada da Covid-19, ou jogos do vírus, ou ainda jogos pandêmicos, já são mais de 100 infectados entre atletas, o que pode ter impacto esportivo importante, afinal, entre os infectados e os que poderão ser, quantos possíveis medalhistas serão derrotados pela doença?

O saldo fora das arenas também não é bom. A média móvel de casos de ontem foi a maior do último ano, com prevalência da variante Delta de quase 70% nas últimas duas semanas. Destacando aqui que o Japão vacina pouco, um pouquinho menos que o Brasil. Banzai.

Em tempo: atenção para o número de casos novos muito fora da curva, 2º maior índice de toda a pandemia, por conta de dados represados do Rio Grande do Sul.

190 dias de campanha geral e 171 segunda dose ou dose única.
– pessoas vacinadas ao menos uma dose: 94,460 milhões (44,61% da pop.)
– imunizadas: 37,044 milhões (17,49% da pop.), sendo 3,551 milhões com dose única.

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