Os dogmas religiosos

É responsabilidade das lideranças religiosas o que seus fiéis fazem, sejam boas obras, sejam más obras. Subir num púlpito e falar sobre textos sagrados não é só para auto-ajuda espiritual ou misticismo, mas também é sobre ética no mundo.

Igrejas são escolas em muitos aspectos, e líderes religiosos são os professores mais autoritários e absolutos que existem, pois a palavra que pregam é supostamente a própria revelação dada por Deus aos homens. Isso, antes de transferir a responsabilidade para Deus, radicaliza a responsabilidade do próprio líder religioso, pois frente à lei humana a palavra expressada é a palavra da pessoa mesma.

Se um criminoso em nome de uma fé pratica um crime, principalmente quando se trata de violações a direitos humanos, pela lógica suas lideranças religiosas deveriam ser procuradas e interrogadas, pois educaram o criminoso e foram usadas como motivo para o crime. Afinal, assim como a liberdade de organização tem seu limite quando a organização em si fere direitos humanos, a liberdade religiosa tem seu limite quando concretamente fere direitos humanos. No caso, tipificadamente, há um distinção entre um grupo religioso e uma quadrilha de fundamentos religiosos.

Um Estado Laico e coerente trata a prática religiosa como uma prática humana, e seus princípios devem obedecer o direito, a sociedade e a civilização. Enquanto tal, ser um líder religioso é, de fato, ser um líder; e cuidar de suas “ovelhas” é também responder pelo o que elas fazem.

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