Ontem, finalmente, terminou a vergonhosa Copa América. Realizada no Brasil por decisão dos cartolas da Conmebol e da CBF, sem planejamento sanitário, faltando menos de dez dias da data de início, depois de ser recusada por Colômbia e Argentina. Mas, sem surpresa, prontamente acolhida por Bolsonaro e seu Ministério da Saúde que viram aí mais uma chance de espalhar o vírus, quem sabe de uma nova cepa, quem sabe ainda a variante Delta. Afinal, o negacionismo não perde nenhuma janela de oportunidade.
O saldo para a Covid-19 é de 168 novos casos entre os diversos envolvidos, mas, achando que seria pouco, decidiram que o jogo final no Maracanã seria com público, o que encontrou no prefeito fanfarrão Eduardo Paes ampla e imediata adesão. O canalha chegou a falar em evento-teste. Testando o quê? Talvez a capacidade do povo carioca suportar o luto numa cidade que tem a terceira pior taxa de óbitos por 100 mil habitantes entre as capitais (433/100k). Por isso digo que quem torce pelo Brasil, torceu para a Argentina.
A média móvel de óbitos segue caindo, se bem que com a subnotificação de São Paulo por conta do feriado estadual do 9 de julho, data em que a elite paulista comemora sua tentativa (frustrada) de impor seus interesses ao resto do país. Mesmo com a queda, os números da pandemia são ainda muito mais graves aos do pior momento da primeira onda.
A pandemia segue descontrolada e com variáveis ainda longe do controle. Sem coordenação nacional das ações e medidas não farmacológicas, as fichas ficam todas por conta da vacinação, que segue lenta (se bem que melhorando) e desigual entre estados e regiões (piorando), com Mato Grosso do Sul já tendo imunizado 20% da população enquanto o Amapá somente 8,6%. Outro exemplo é a vacinação em dose única (Janssen) em que 4 estados ainda nem iniciaram.
No Brasil:
Registro de mortes ontem: 1.172
Total de mortes: 532.949
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.321
Casos confirmados em 24 horas: 45.814
Casos acumulados na pandemia: 19.065.788
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 46.472
Casos ativos: 1,556 milhão
175 dias de campanha geral e 156 segunda dose ou dose única.
- pessoas vacinadas ao menos uma dose: 83,909 milhões (39,44% da pop.)
- imunizadas: 30,399 milhões (14,36% da pop.), 2,299 milhões com dose única.
NO MUNDO
Casos: 187,4 milhões
Óbitos: 4.045.500
1º – E U A: 622,8 mil
2º – Brasil: 532,9 mil
3º – Índia: 408,1 mil
4º – México: 234,9 mil
5º – Peru: 194,2 mil
6º – Rússia: 143 mil
(SP: 132.065)
7º – Reino Unido: 128,4 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).