Em um mundo cada vez mais conectado, é essencial refletirmos sobre como as redes sociais impactam nossas vidas e nossas relações. Apesar da promessa de aproximar as pessoas, elas, na verdade, podem nos afastar da verdadeira conexão humana.

As redes sociais, que deveriam nos aproximar das pessoas, na realidade nos afastaram daqueles que estão ao nosso lado. Quantas vezes você chega em casa, cansado do trabalho, e em vez de aproveitar o momento com a família ou amigos, se vê navegando sem rumo nas redes sociais? A internet, como o Mario Sérgio Portela diz, nos faz naufragar em uma rolagem infinita, onde nada de real ou substancial acontece.

Eu costumo dizer que as redes sociais estão nos deixando cegos, surdos e mudos. Cegos porque não conseguimos mais enxergar o que realmente importa em nossas vidas, surdos porque não ouvimos os desabafos e sentimentos de quem está perto de nós, e mudos porque a nossa comunicação se tornou superficial, limitada a “kkkkkk” e emojis. O verdadeiro abraço foi substituído por mensagens no celular, e as risadas, muitas vezes, já não são mais genuínas.

Além disso, estamos sendo constantemente bombardeados por um falso senso de felicidade. No mundo virtual, todos postam suas viagens incríveis e momentos perfeitos, mas ninguém compartilha as dificuldades do cotidiano. Isso nos faz sentir que nossas vidas estão aquém da realidade que os outros estão vivendo, quando, na verdade, a vida de todos é feita de rotina, problemas e situações difíceis. Estamos nos iludindo com aquilo que não é real.

Eu não estou aqui dizendo que devemos abandonar as redes sociais ou parar de compartilhar momentos especiais. A tecnologia tem seu valor e as redes sociais podem ser ferramentas maravilhosas para enriquecer nossas vidas. No entanto, é crucial entender que a vida real não está na tela do celular. Nós somos seres humanos, e como tal, precisamos de convívio, de toque, de abraço e de risadas genuínas. A felicidade de verdade está no contato humano, não na ilusão de uma vida perfeita compartilhada em postagens.

Infelizmente, as redes sociais se tornaram um refúgio para muitas pessoas, permitindo que se escondam atrás de uma máscara e projetem uma versão distorcida de si mesmas. O imediatismo das redes sociais, com suas dezenas ou até centenas de “curtidas”, alimenta a busca por validação, mas isso é efêmero e vazio. Esse ciclo vicioso se torna um vício, uma necessidade de receber reconhecimento para preencher uma carência interna.

Eu pergunto a todos: quantos já se depararam com perfis falsos nas redes sociais? Quantos já se envolveram com pessoas que, no final, não eram quem diziam ser? O mundo virtual oferece uma zona de conforto, mas também esconde muitos perigos. As redes sociais podem ser uma ferramenta poderosa, mas é necessário ter consciência do que estamos consumindo e de como isso afeta nossa visão de mundo.

O acesso a tudo, a qualquer momento, pode ser maravilhoso, mas também é um caminho perigoso. No fim das contas, é importante lembrar que a verdadeira vida não é digital. É preciso se desconectar, sair da zona de conforto e viver a vida real, com aqueles que estão ao nosso lado. Não deixe a rolagem da tela fazer você perder a verdadeira conexão com o que importa.