Olimpíadas de Tóquio sem público, final da Copa América no Maracanã, terá torcedores

Amanhã tem a final da Copa América no Maracanã com autorização da prefeitura para a presença de torcida ocupando 10% da capacidade do estádio. Lamentável. Como foi lamentável a constatação de 168 infectados até o momento, entre os diversos grupos envolvidos, jogadores, comissões técnicas, equipes de apoio e outros.

A comunidade científica envolvida no combate à pandemia desde sempre se posicionou contra a realização da Copa alertando para os riscos, inclusive o da transmissão de novas cepas. A Conmebol informa oficialmente que foram feitos 38 sequenciamentos genéticos e que todos constataram a variante Gama, mas esse é um dado sobre o qual se desconfia, pela falta de transparência.

Como não há controle externo, teme-se pela confiabilidade das informações. O Ministério da Saúde, por sua vez, afirmou que “a Conmebol é responsável pela realização dos testes e pelo sequenciamento genético para análise de possíveis variantes”. Lavou as mãos, não como ato de higiene, mas à moda de Pilatos.

Quanto a liberação do público no Maracanã, mesmo sendo 10% em cada setor, dificilmente não haverá ainda mais aglomerações em áreas comuns que dão acesso a áreas segregadas. Além do fato de que os dados epidemiológicos do Rio de Janeiro não são nada animadores, com média móvel de casos perto de 1.000, de mortes perto de 50 e índice de imunização perto dos 14% da população.

Como comparação, as Olimpíadas de Tóquio acontecerão sem público nos estádios, isso num país em que os índices da pandemia são muito melhores que os do Rio e do Brasil. No Japão a decisão se deu, entre outros fatores, pela presença crescente da variante Delta que preocupa pela sua capacidade de infecção aumentada e pela menor eficácia das vacinas (AstraZeneca e Pfizer) frente a esta variante.

Agora, o que não dá para tolerar mesmo é a bravata do prefeito Eduardo Paes (PSD), que além de liberar o Maracanã sem segurança sanitária garantida, resolveu dizer que considerará o jogo como um evento-teste. Bobagem, pura frase de efeito, primeiro porque um evento-teste feito com 8 mil pessoas teria dificuldades gigantescas, com exigências que já não foram atendidas.

Teria que ser planejado com muita antecedência, cadastrando-se as pessoas, testando todas, acompanhando por 15 dias os participantes, com controle minucioso de todo ambiente, enfim, nada disso foi ou será feito.

Eduardo Paes preferiu a retórica vazia a agir contra a pandemia.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 1.433

Total de mortes: 531.777

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.387

Casos confirmados em 24 horas: 57.188

Casos acumulados na pandemia: 19.019.974

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 47.656

Casos ativos: 1,668 milhão

174 dias de campanha geral e 155 segunda dose ou dose única.

  • pessoas vacinadas ao menos uma dose: 82,909 milhões (39,15% da pop.)
  • imunizadas: 29,993 milhões (14,16% da pop.), 2,154 milhões com dose única.

No mundo:

Casos: 186,8 milhões

Óbitos: 4.034.600

1º – EUA: 622,7 mil

2º – Brasil: 531,8 mil

3º – Índia: 407,1 mil

4º – México: 234,5 mil

5º – Peru: 193,9 mil

6º – Rússia: 141,5 mil

(SP: 131.960)

7º – Reino Unido: 128,4 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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