Após uma queda consistente nos dados de mortes, um novo aumento nos últimos dias reforça a importância de seguir monitorando os números da pandemia com cautela, enquanto a vacinação ainda caminha a passos lentos no Brasil.
A situação da pandemia continua sendo um cenário de monitoramento constante e, como escrevi no último sábado, ainda não podemos tirar conclusões precipitadas. A média móvel de mortes, que por 13 dias consecutivos esteve em queda, agora apresenta um aumento nos últimos três dias. Isso desperta preocupações, pois indica uma possível mudança na tendência, mas, como o próprio comportamento dos dados sugere, é preciso aguardar mais alguns dias para uma análise mais precisa, especialmente devido ao represamento de informações nos fins de semana.
Em contrapartida, a média móvel de novos casos apresenta uma queda, o que é uma boa notícia, mas, ainda assim, o patamar de infecções continua elevado. O aumento consecutivo de mortes nos últimos dias traz uma reflexão preocupante sobre a reversão de uma possível recuperação, que ainda precisa ser observada de perto. Não podemos esquecer que o número de mortes costuma demorar até duas semanas para refletir as alterações nos casos, portanto, ainda estamos lidando com um panorama incerto.
Outro ponto fundamental é o ritmo da vacinação no Brasil, que segue abaixo das expectativas. Apesar dos 150 dias de campanha de imunização, a taxa de pessoas imunizadas (com as duas doses ou dose única) está estagnada em cerca de 12%, o que é considerado lento. No momento, o Brasil segue com 77,5 milhões de pessoas com pelo menos uma dose, mas a quantidade de totalmente imunizados continua muito abaixo do necessário para garantir uma maior segurança coletiva.
Além disso, a situação no cenário internacional não é menos alarmante. O Reino Unido, que teve um avanço impressionante na vacinação, agora enfrenta uma nova onda de infecções, especialmente pela variante Delta, com um aumento explosivo de novos casos. No entanto, a falha em manter medidas de isolamento e o abandono do uso de máscaras nas áreas de aglomeração, como durante o torneio de Wimbledon, têm gerado críticas. A prevalência da variante Delta, mais transmissível e com possíveis impactos na eficácia das vacinas, sugere que a luta contra a pandemia ainda não acabou.
No Brasil, os dados do último dia revelam uma média móvel de mortes nos últimos sete dias de 1.575, com 754 mortes registradas em 24 horas, totalizando 525.229 óbitos desde o início da pandemia. Com 25.796 novos casos confirmados e 49.237 casos na média móvel de sete dias, o país ainda enfrenta um grande número de infectados ativos. Embora a vacinação tenha avançado, com 36,6% da população recebendo ao menos uma dose, a preocupação é com o ritmo lento, o que pode prolongar a vulnerabilidade da população.
Globalmente, a pandemia continua a ceifar vidas, com 185,2 milhões de casos e 4 milhões de mortes registradas. Os Estados Unidos permanecem no topo, com 621,3 mil mortes, seguidos pelo Brasil e outros países como Índia, México e Reino Unido. O contexto internacional reforça a necessidade de cautela, especialmente diante da emergência de novas variantes que podem escapar parcialmente da proteção oferecida pelas vacinas.
Em resumo, a pandemia ainda exige vigilância constante. Embora alguns números mostrem sinais de melhora, como a queda nos novos casos, o aumento das mortes nos últimos dias é uma lembrança de que a luta está longe de ser vencida. A vacinação precisa acelerar e as medidas de controle devem continuar sendo respeitadas, se não queremos ver a história se repetir com a propagação de novas ondas e variantes.