A sociedade e a sua pulsação por preceitos e dogmas religiosos

É responsabilidade das lideranças religiosas o que seus fiéis fazem, sejam boas obras, sejam más obras. Subir num púlpito e falar sobre textos sagrados não é só para autoajuda espiritual ou misticismo, mas também é sobre ética no mundo.

Igrejas são escolas em muitos aspectos, e líderes religiosos são os professores mais autoritários e absolutos que existem, pois a palavra que pregam é supostamente a própria revelação dada por Deus aos homens. Isso, antes de transferir a responsabilidade para Deus, radicaliza a responsabilidade do próprio líder religioso, pois frente à lei humana a palavra expressada é a palavra da pessoa mesma.

Se um criminoso em nome de uma fé pratica um crime, principalmente quando se trata de violações a direitos humanos, pela lógica suas lideranças religiosas deveriam ser procuradas e interrogadas, pois educaram o criminoso e foram usadas como motivo para o crime. Afinal, assim como a liberdade de organização tem seu limite quando a organização em si fere direitos humanos, a liberdade religiosa tem seu limite quando concretamente fere direitos humanos. No caso, tipificadamente, há um distinção entre um grupo religioso e uma quadrilha de fundamentos religiosos.

Um Estado Laico e coerente trata a prática religiosa como uma prática humana, e seus princípios devem obedecer o direito, a sociedade e a civilização. Enquanto tal, ser um líder religioso é, de fato, ser um líder; e cuidar de suas “ovelhas” é também responder pelo o que elas fazem.

No olhar alternativo, segue um pequeno texto que tem um parâmetro parecido com o que está escrito até aqui.

Se eu tenho um fazendinha de formigas, ela é minha responsabilidade, correto?

Se eu resolvo dar inteligência e livre-arbítrio para elas e numa crise de narcisismo transforma-las a minha imagem e semelhança, elas ainda são de minha responsabilidade.

Afinal, eu as criei, correto? Se elas começam a matar umas as outras e eu vejo tudo e não faço nada eu sou omisso, correto? Se matam em meu nome e eu não apareço pra dizer “Hey não é bem assim” estou sendo conivente.

Se ela se multiplicam e começam a criar várias religiões que apontam vários criadores diferentes e eu deixo por isso mesmo no mínimo tenho um péssimo gerenciamento de marketing e comunicação.

E se no apogeu da minha insegurança e necessidade de auto-afirmação eu mando uma de minhas formigas matar o próprio filho só pra ver se ela me ama eu tenho um sério problema de ego a ser tratado.UFA!!

Que bom que não tenho uma fazenda de formigas.

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