Parte 2: “O sofrimento do homem gay cisgênero”

Conquistas legais e aceitação social são imprescindíveis, mas, por si só, aparentam não ser suficientes para evitar o sofrimento psíquico dessa população. Essas preocupantes estatísticas nos levam a uma mesma conclusão: ainda é muito perigoso passar pela vida como um homem que se atrai sexualmente por outros homens.

De algum modo, homens gays são preparados para esperar a rejeição. Fazer parte de um grupo marginalizado exige muito esforço, que é quase desde sempre. Da infância ao envelhecimento, são anos e anos de pequenos estressores e o trauma é a natureza prolongada dele — pequenas coisas que levam ao questionamento: Será que é por causa da minha sexualidade? Fenômeno que foi chamado pelos pesquisadores da área de “Estresse de Minorias”

Até recentemente, a maioria dos estudos apontava como causa do sofrimento psíquico dessa população agentes estressores externos à comunidade, a homofobia encarnada na rejeição familiar, rejeição da comunidade religiosa, entre outras. Porém, um estudo realizado por John Pachankis, professor e pesquisador na universidade de Yale, nos EUA, mostrou que homens gays têm sofrido psiquicamente com estresse vindo dos seus pares e esse fenômeno foi chamado de “Estresse Intra-minoritário”.

A primeira rodada de danos acontece antes de sair do armário, a segunda, e talvez a mais severa, vem depois. Após deixar a solidão do armário, o sentimento de isolamento pode permanecer.

A fantasia de que depois da auto aceitação da sua sexualidade virá um recomeço mais confortável e segura no “vale dos homossexuais”, ou seja, em uma comunidade de pessoas que vivenciaram a mesma rejeição que você, logo cai por terra. A luta para se encaixar fica cada vez mais intensa.

Leia a parte final

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