Mentir é o que Bolsonaro faz de melhor, porque gosta

Na sua live de quinta, Bolsonaro volta a fazer o que ele mais gosta, mentir e produzir terrorismo de estado. Seu alvo, mais uma vez entre tantas, foi a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan.

Distorcendo e descontextualizando a fala do diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, de que a variante Delta da covid-19 se espalha também por populações vacinadas, o maníaco das notícias falsas deu a entender que se tratava da CoronaVac, falando que temos que admitir que não deu certo.

Tedros, diferentemente, falava da variante delta que tem avançado na Europa, que não usa CoronaVac. A preocupação da OMS é com as medidas de flexibilização apressadas que necessitam considerar a variante mais contagiosa. Estudos têm indicado que maior eficácia depois da segunda dose e outros apontam para a possibilidade de combinação de tipos diferentes de vacina e até mesmo a diminuição dos prazos habituais ou mesmo de terceira dose. São alertas, não terrorismo que visa desacreditar uma ou outra vacina ou até mesmo a vacinação no geral.

Aqui estamos vivendo uma queda significativa da média móvel de mortes e estudos apontam que a causa é a vacinação. Em reportagem do G1 de hoje, o infectologista Julio Croda, da Fiocruz, afirma: “A vacinação com duas doses dos idosos é a explicação para a queda. A cobertura já está bem elevada nesta faixa, acima dos 60%. Acima dos 70, 80 e 90 ainda é maior. No número de casos, o impacto só vai ser maior com o avanço da vacinação”.

Márcia Castro, pesquisadora de Harvard, analisando a curva de mortes pela doença de janeiro a maio, conclui que a proporção de idosos entre o total de óbitos por coronavírus caiu de quase 28%, em janeiro, para 12%. E qual a vacina majoritariamente aplicada nessa população nesse período? Acertou quem respondeu CoronaVac.

Queiroga, por sua vez, que deveria ser o cara preocupado em controlar a pandemia e solucionar o fluxo de insumos para vacinas, resolve se preocupar com os grandes eventos, reunindo-se com empresários do setor e prometendo protocolos para garantir eventos com aglomeração.

Queiroga tem a cara de pau de afirmar que como a vacinação avança, já estaríamos prestes a controlar a pandemia. O ministro quer liberar geral, mas os números ainda estão longe demais de indicarem relaxamento. Mesmo em queda, a média móvel de mortes ainda é 50% superior à da que verificamos no pico da primeira onda entre junho e agosto do ano passado.

As taxas de contágio, de casos novos e de casos ativos da doença ainda mostram uma pandemia fora do controle. A falta de uma vigilância genômica adequada ainda pode nos reservar a surpresa de avanço de cepas mais agressivas, como a variante delta ou alguma outra criada aqui mesmo.

Vivemos melhoras sim, basicamente por conta da vacinação, mas sem o apoio de medidas coordenadas de isolamento e outras medidas não farmacológicas. Constatar a eficácia da vacinação também aumenta a indignação e o inconformismo. Atrasar a compra custou e continua custando milhares e milhares de vidas.

E Bolsonaro, ao atacar a CoronaVac, segue sua rota de genocídio. Muita gente, infelizmente, por conta de sua pregação mentirosa, tem decidido escolher que vacina tomar, o que desorganiza e atrasa ainda mais o programa de vacinação.

Amanhã é dia de ir para as ruas para tentar mudar isso com o Fora Bolsonaro. Sim, estarei nessa, com medo do vírus, mas consciente de que pior ainda é um governo assassino.

No Brasil:

Registro de mortes hoje: 1.879

Total de mortes: 522.068

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.542

Casos confirmados em 24 horas: 64.186

Casos acumulados na pandemia: 18.686.385

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 51.947

Casos ativos: 1,710 milhão

167 dias de campanha geral e 148 segunda dose ou dose única.

  • pessoas vacinadas ao menos uma dose: 75,541 milhões (35,67% da pop.)
  • imunizadas: 26,822 milhões (12,67% da pop.), 723 mil em dose única.

No mundo:

Casos: 183,8 milhões

Óbitos: 3.979.100

1º – EUA: 621 mil

2º – Brasil: 522,1 mil

3º – Índia: 401,1 mil

4º – México: 233,2 mil

5º – Peru: 192,7 mil

6º – Rússia: 136,6 mil

(SP: 128.921)

7º – Reino Unido: 128,2 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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