Objetificação dos corpos negros: onde está o afeto?

Racismo Estrutural

Retorno para mais um post a respeito de corpos negros e os atravessamentos sociais vividos por essa população.

O racismo estrutural solidifica e estrutura a sociedade e permite que a discriminação racial seja propagada das mais diversas formas, sendo uma delas, a hipersexualização dos corpos negros. O conceito tem por objetivo desumanizar o público e propagar a imagem de sexo fácil e gostoso, onde não há desejo das pessoas negras, mas apenas alguém que deve, sem pestanejar, se sujeitar aos fetiches do outro.

Vale ressaltar que nem todos pretos/as/ ocupam esse espaço de hipersexualização por não carregarem o padrão estético valorizado socialmente. As pessoas negras que não tem essas características físicas valorizadas ocupam outros papéis sociais, também, violentos e racistas: “negro bandido” ou “a negra faxineira”.

A concepção distorcida do corpo do homem negro como objeto sexual não é atual, mas já está descrita no período escravocrata que construiu o Brasil. Aos negros era atribuída características de erotização exacerbada, animais sexuais insaciáveis e ausência de sentimentos. Ou seja, eram apenas sexo, sem sexualidade, sentimentos e afeto.

Negro da cor do pecado, mulata tipo exportação, mulata Globeleza, termos esses usados amplamente em nosso cotidiano refletindo o que o antropólogo Dr. Osmundo Pinho afirma sobre o corpo negro: o corpo para o trabalho e corpo sexuado!


Ao realizar essa afirmação em seu texto referindo-se ao corpo negro masculino, mas que pode ser expandido para todos os corpos negros, o Dr. Osmundo deixa explícito o imaginário coletivo sobre o segmentos descrito.

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