O conceito de sociedade nasceu da necessidade de organização e convivência entre os indivíduos. No entanto, no Brasil, a constante negação das normas coletivas tem prejudicado o desenvolvimento da convivência cidadã.
Em um momento histórico, os seres humanos perceberam a necessidade de viver em comunidade, o que deu origem ao conceito de sociedade. Cada indivíduo traz consigo uma personalidade única, com características e necessidades próprias. No entanto, para garantir uma convivência harmoniosa, foi necessário estabelecer regras comuns que orientassem as relações entre os membros da sociedade. Assim surgiu o que é conhecido como “contrato social”, onde os indivíduos se comprometem a ceder parte de suas liberdades em favor do bem-estar coletivo.
Este contrato implica que, para garantir a liberdade civil de todos, é preciso limitar os direitos individuais, de modo que a liberdade de um não ultrapasse os direitos do outro. Um exemplo claro disso pode ser visto nas leis de trânsito. Quando a sociedade incorporou os veículos automotores, foi necessário criar normas que regulassem o tráfego nas ruas, a fim de garantir a segurança e a mobilidade de todos. Nesse contexto, avançar um sinal vermelho é uma violação do direito coletivo, pois coloca em risco a vida de outras pessoas, independente de quaisquer pressas ou compromissos pessoais.
No espaço privado, cada indivíduo pode pautar sua vida conforme suas próprias vontades e desejos. Já no espaço público, as leis e regras devem prevalecer para que todos possam coexistir de maneira justa e igualitária. O contrato social, portanto, estabelece a convivência dentro de um sistema de direitos e deveres que se aplica igualmente a todos.
Contudo, um dos maiores fracassos da sociedade brasileira é o constante ataque ao seu próprio contrato social. A falta de entendimento sobre a importância do direito coletivo prejudica o funcionamento adequado da sociedade. Muitos, em nome do egoísmo ou da busca pela imposição de um pensamento pessoal, negligenciam o princípio básico da convivência cidadã. Esse comportamento gera desarmonia, desigualdade e conflitos constantes, enfraquecendo as estruturas que deveriam promover o bem comum.
A busca incessante por direitos individuais, sem considerar os limites e a coletividade, tem se tornado uma característica marcante da sociedade brasileira. Isso se reflete em vários aspectos do cotidiano, desde o desrespeito às leis de trânsito até a negação das normas que garantem o funcionamento coletivo, como o uso de máscaras em tempos de pandemia. Esses gestos de desobediência demonstram uma falha na compreensão de que o bem-estar de cada indivíduo está intimamente ligado ao bem-estar do coletivo. No fim, a falta de compromisso com o contrato social resulta em um país fragmentado, onde o egoísmo supera a solidariedade e a convivência respeitosa entre os cidadãos.
Portanto, é crucial que a sociedade brasileira reflita sobre a importância de resgatar o contrato social, respeitando as normas coletivas e reconhecendo que a verdadeira liberdade só pode ser exercida quando todos têm seus direitos preservados de maneira igualitária.