O dia do “orgulho” é todos os dias

“Devemos perceber que as pessoas têm um valor que vai muito além de rótulos e preferências. Na realidade somos o conjunto das nossas experiências e é isso que nos define… é isso que nos valoriza”.

Sempre ouvi — e acredito que todo homossexual — sobre o orgulho gay; orgulho gay para isso, orgulho gay para aquilo, até mesmo orgulho gay para orgulho gay. 

No entanto, pensando atrás da minha janela e vendo a manhã passar, cheguei à conclusão pessoal de que o orgulho gay não deve ser gay, mas simplesmente orgulho no contexto geral.

Sei de antemão que existem muitos ativistas ainda presos às velhas tradições dos anos 60 e 70, que relutam em desistir dessas práticas de continuar a manter uma identidade muito puritana e exclusiva como homossexuais, de se sentirem incluídos em um grupo e isso está bem. Porém, o rótulo “orgulho gay” hoje nada mais é do que isso, um rótulo, um idioma que permanecerá para todo o sempre — amém — para uso do coletivo LGBTQl+ porque eu realmente não acho que hoje existe um homossexual que baseia seu orgulho unicamente no simples fato de ser gay ou lésbica, já que essa é apenas uma parte que compõe a totalidade de quem somos e, não representa 100% nosso orgulho.

Acredito que o orgulho não se dá por ser de uma preferência sexual ou outra, muito menos representá-lo em sua totalidade. O orgulho nasce da qualidade humana que você possui, de suas realizações, seus feitos, seus objetivos, seus ideais e sua forma de ser; isto é, quem você é, e o que você é, já que somos mais que gays e lésbicas. 

Casal gay. Foto: Bixabay

Nossas preferências são apenas parte do que nos define e do todo, mas não é tudo. Então, podemos dizer que o orgulho nasce do simples fato de ser e existir, de ser você mesmo e não só e exclusivamente por ser gay, embora isso também faça parte, porque valemos não por quem escolhemos amar, mas pelo tipo de pessoas que somos.

“No final do dia, o verdadeiro orgulho é ser ÚNICO”

Com tudo isso, não pretendo demonizar ou condenar o famoso “orgulho gay”, mas o que pretendo — como sempre — é que todos faça uma reflexão. Não vejo marchas de orgulho hétero, orgulho médico ou orgulho loiro, ou qualquer outro tipo de “orgulho” que vem à mente nas ruas.

Porque como eu disse antes, o orgulho não nasce só das nossas preferências, tanto que entendendo isso, podemos dizer que não existe orgulho gay, heterossexual, feminino, ou de qualquer tipo, só orgulho, ponto final. Orgulho simplesmente de ser.

Então, meu querido lindo, se você pretende participar nos próximos anos das marchas em seus respectivos países, você vai se sentir orgulhoso não só por ser homossexual, mas também porque você é um homem trabalhador, bons filhos, irmãos, pais, mães, colegas e amigos. 

Porque mais do que homossexuais, são seres humanos com uma infinidade de talentos e dons, habilidades e aptidões que só tu tens e que ninguém mais tem, por isso mesmo, o que fazem e como fazem ninguém mais conseguiria, porque no final do dia, o verdadeiro orgulho é ÚNICO. 

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