Reflexões sobre o medo do envelhecimento entre os homens gays e a busca pela aceitação da velhice como uma fase natural da vida.
A juventude é frequentemente idealizada, principalmente no contexto da comunidade gay, onde a beleza e o desejo sexual parecem ser os principais atributos que definem o valor de uma pessoa. No entanto, esse conceito de que a juventude e a aparência são tudo muitas vezes resulta em um medo profundo do envelhecimento, o que não deveria ser o caso.
Para muitos homens gays, a velhice é vista como uma ameaça aterrorizante. A ideia de perder a beleza física e o apelo sexual é uma preocupação constante, ao ponto de, em alguns casos, a perspectiva de envelhecer se tornar tão assustadora que muitos preferem pensar na morte jovem e atraente do que na solidão de uma velhice distante. Essa visão distorcida é alimentada pela falsa crença de que o valor de um ser humano está intimamente ligado à sua aparência e à sua capacidade de atrair outras pessoas.
O filme canadense Gerontophilia aborda essa temática de maneira única, narrando a história de um jovem que se envolve romanticamente com um idoso, desafiando as normas tradicionais sobre o envelhecimento e o desejo sexual. O filme propõe uma reflexão sobre a liberdade de se relacionar sem as amarras da aparência física, algo que muitas vezes falta na realidade.
O medo do envelhecimento não vem necessariamente do próprio processo de envelhecer, mas da perda da aparência desejável aos olhos dos outros. A ideia de que a beleza e o sexo são fundamentais para a autoestima é um erro que muitos ainda cometem. Isso pode ser visto nas atitudes de homens gays mais velhos que tentam desesperadamente manter uma imagem juvenil, evitando a aceitação das fases naturais da vida. No entanto, como todo ser humano, inevitavelmente, todos passamos por essas etapas, e a chave para uma velhice saudável e feliz está em como lidamos com elas.
Ao longo da juventude, a velhice parece algo distante e, frequentemente, assustador. Muitos jovens gays encaram a perspectiva de envelhecer com uma certa repulsa, mas ao longo do tempo, as prioridades começam a mudar. O que antes parecia crucial, como ter um corpo perfeito ou a ereção mais firme, perde a importância frente a novos desejos: encontrar estabilidade, amor verdadeiro e a companhia de alguém com quem se possa compartilhar os anos restantes da vida.
Aceitar a velhice como uma parte natural da vida é fundamental para viver com paz interior. Envelhecer não significa perder valor ou se tornar invisível. Muitos homossexuais de terceira idade vivem sua velhice com plenitude, porque aprenderam a aceitar as mudanças naturais do corpo e da mente ao longo do tempo. Eles provam que a velhice pode ser uma fase repleta de satisfação e crescimento pessoal.
A chave para uma velhice feliz não está em resistir a ela ou em tentar se manter eternamente jovem. Está em como encaramos cada fase da vida. A maneira como vivemos nossa juventude pode preparar o terreno para uma velhice saudável e realizada. Cuidar do corpo e da mente desde cedo, por meio de atividades como yoga, meditação e uma alimentação saudável, pode garantir uma velhice mais confortável, com boa saúde física e mental.
No entanto, mais importante do que qualquer prática ou técnica é a mudança de mentalidade. Envelhecer é inevitável, e, em vez de temer a perda da juventude, é essencial aceitar e celebrar o envelhecimento como uma oportunidade para amadurecer, aprender e viver de maneira mais plena. Assim, ao chegarmos à terceira idade, nossa visão sobre a beleza e o corpo será transformada, pois a verdadeira riqueza estará na paz de espírito e na satisfação com a vida vivida.
Portanto, a juventude é uma fase maravilhosa, mas a velhice também tem seu valor e beleza. Aceitar as diferentes etapas da vida e saber fluir com elas é o que realmente traz felicidade e realização. Afinal, o que seria da vida sem a chance de aprender, crescer e nos adaptarmos às mudanças que ela nos oferece?
“Vamos parar de brincar de bruxa de Branca de Neve e aceitar melhor que sim, um dia vamos envelhecer e sim, um dia a beleza e a juventude também irão embora. Supere isso, é perfeitamente normal.”
É importante mencionar que o medo da velhice não é sinônimo de solidão, rejeição, abandono e esquecimento. Há muitos homossexuais de terceira idade que vivem essa fase da vida em plenitude, justamente porque viveram as etapas anteriores na época e as aceitaram, e acho que aí está a chave: ACEITAR.
Em vez de pensar que nossa bela pele se tornará uma uva-passa, ou que nosso poderoso falo não passará de uma pele pendente, ou que nossa carne será flácida e esquelética, devemos perceber que sim, de fato, em algum momento ficaremos velhos.
Que toda juventude está acabando, e isso não pode ser mudado, mas o que deve ser Mudado é a forma de enxergar essa fase da vida, porque temos o poder em nossas mãos para isso, é decidir que tipo de idoso queremos ser: saudáveis, cheios, satisfeitos com nossa vida, realizados e em paz conosco mesmos porque fizemos tudo na vida e não nos arrependemos de nada, ou idosos frustrados, agarrados ao passado por tudo que não foi feito, amargos e relutantes em aceitar a velhice tentando fazer esforços para continuar se sentindo como 20.
A decisão está em cada um de nós. Além disso, hoje existem muitas maneiras de garantir uma velhice plena e feliz, se a partir de agora que gozamos da juventude nos cuidarmos e trabalharmos para isso: Yoga, meditação, exercícios, bons hábitos, etc, são algumas das ferramentas que até na velhice pode nos ajudar a manter uma boa aparência física e um corpo de saúde invejável.
Tudo está na atitude que assumimos. No entanto, garanto a todos os que temem que quando chegarem lá, o mínimo de preocupação será ser bonito para todos ou com um corpo melhor trabalhado, porque a mentalidade terá mudado.
Então, já sabe, você tem que aceitar cada uma das etapas da vida, que todos vamos estar nelas um dia, e que delícia! Porque senão a vida seria enfadonha e monótona, sem nos dar a oportunidade de crescer, e que bom que tudo mude, porque aprender a fluir faz parte de amadurecer e crescer.
Mas enquanto isso, para curtir essa fase da juventude divina e do tesão, que já vai dar tempo para a meia e terceira idade, e quando isso acontecer, evite ser um daqueles presentes cinquentões com atitudes infantis.