Burger King, crianças e o mundo LGBTQIA+

Estamos no mês que celebra a diversidade e a afirmação homoafetiva mundo afora. Entre os direitos fundamentais de cidadania reconhecidos no Brasil às pessoas LGBT, está o de constituir e orientar a própria família.

Em comercial, Burger King faz a diferença: “Não sabe como explicar LGBTQIA+ para crianças?”

“Nossa, como eu vou explicar a sigla LGBTQIA+ para as crianças?” é um dos questionamentos mais levantados pelos pais e responsáveis por crianças quando o assunto é diversidade. Com o objetivo de apoiar a causa e mostrar aos adultos como abordar o tema, o Burger King lança a campanha “Como explicar?” por meio de um filme realizado em cocriação com especialistas da área de psicologia e diversidade.

A ideia é retratar, de forma genuína e espontânea, a pluralidade e o amor, através do olhar das crianças. Além disso, na semana que celebra o Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+, a companhia convida todas as pessoas a repensarem a forma como a diversidade é abordada dentro da sociedade.

Um dos grandes enigmas na cabeça de pessoas conservadoras está o tabu da exposição de crianças ao conhecimento e respeito sobre a existência da diversidade afetiva. Sabendo disto, a empresa Burger King se propôs a apresentar o tema, sob o olhar das crianças.

Imediatamente, o mundo farisaico e hipócrita reagiu, com escândalo e com o argumento de exposição ‘precoce’ de crianças à homossexualidade. Como toda reação por parte de idiotas merece uma resposta, aí vai:

1. Do ponto de vista legal, as crianças não aparecem SOZINHAS no comercial. Reparem que seus pais e responsáveis estão sempre ao seu lado. Os pais detêm a autoridade legal de decidir sobre conteúdos para seus filhos menores – portanto, não há crime algum nessa proposta.

2. Do ponto de vista MORAL, também não há ofensa. O fato de uma discussão de orientação sexual, que está presente no cotidiano da sociedade, ser estranha e repugnante a você, não torna este tema imoral. Se você pretende que seu filho desconheça que diversidade existe, tranque-o em casa em um quarto escuro e sem janelas.

3. Do ponto de vista RELIGIOSO, seu (pre)conceito sobre homoafetividade e Deus é seu e não me interessa. Eduque seus filhos como quiser e aceite que outros pais também orientem seus filhos como quiserem. Fair play.

4. Você tem a opção de desligar a TV quando o comercial passar, ou de comprar sanduíche no Mc Donalds. Ahhh, esqueci! O Mc Donalds também apoia a diversidade… Então, faça hambúrguer e batatas em casa. Assim você registra seu protesto indignado.

5. Ainda está ‘ofendido’ pelo comercial? Faça as malas e vá morar na Arábia Saudita – ou em outra teocracia fundamentalista da sua escolha.

É muito bacana e foi cuidadosamente preparado por quem entende do tema.

Bjos e viva a diversidade!!!

PS: Quem fica espumando com esse comercial não vê nenhuma ofensa quando um estranho tira a máscara de uma criança em meio a um ajuntamento de gente, em plena pandemia. Juízo seletivo.

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