O modo tucano de ser negacionista

São Paulo está longe de ser exemplo de combate à pandemia. Já fiz nesses mais de 100 textos do Jornalismo de Bolso da pandemia muitas críticas à condução que Doria e seu duplo na capital, Covas (recém falecido), imprimiram.

Doria se escuda na vacina para passar a imagem de um gestor guiado pela ciência, mas nos demais quesitos, como isolamento social, lockdown, campanhas de educativas, uso adequado da atenção básica com os agentes comunitários de saúde entre outros, foi, na prática, um negacionista.

Em março deste ano, o epidemiologista Marcos Boulos, colaborador do comitê de crise de Doria, afirmou que até um certo período Doria seguia a ciência, depois cedeu à pressão de ‘interesses’, sem nomeá-los. Doria, no entanto, nunca usou a retórica grotesca de Bolsonaro, o que, convenhamos, nem é tão difícil assim, embora não podemos esquecer do BOLSODORIA do segundo turno.

Se alguém, encantado com a CoronaVac e o Butantan, acha que eu exagero, vamos lembrar das medidas de antecipação da volta às aulas e cultos religiosos presenciais que Doria adotou, em momento em que os índices apontavam para a piora da pandemia e contrariando orientação de seu próprio comitê de crise.

O fato é que se São Paulo fosse um país, estaria em 9º lugar em total de mortes, sendo que em mais ou menos um mês passará Itália e Reino Unido, ficando em 7º lugar. Considerando os óbitos proporcionalmente à população, São Paulo já está em 5º lugar com a taxa de 266/100K, acima da taxa nacional que é de 230/100K. Também acima da taxa do RU, 189/100K e Itália, 210/100K.

Me parece evidente, no entanto, o papel deletério do governo federal, inclusive para o desempenho ruim do estado. Prova disso foi a suspensão da vacinação ocorrida hoje na capital paulista por conta do atraso do envio de remessa do programa de vacinação para São Paulo. Ou seja, o negacionismo peso pesado do governo federal potencializa o negacionismo perfumado dos tucanos paulistas.

NO BRASIL

Registro de mortes hoje: 899

Total de mortes: 502.817

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 2.059

Casos confirmados em 24 horas: 17.969.806

Casos acumulados na pandemia: 43.413

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 73.564

Casos ativos: 1,646 milhão

156 dias de campanha, pessoas vacinadas ao menos uma dose: 64,437 milhões (30,43% da pop.)

Em segunda dose, 137 dias: 24,391 milhões de imunizados (11,52% da pop.)

NO MUNDO

Casos: 179,5 milhões

Óbitos: 3.887.000

1º – EUA: 617,4 mil

2º – Brasil: 502,8 mil

3º – Índia: 389,3 mil

4° – México: 231,2 mil

5º – Peru: 190,4 mil

6º – Rússia: 129,8 mil

7º – Reino Unido: 128 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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