Copa América e Variante Delta: Riscos em Meio à Pandemia Persistente

Aumento de casos ligados ao evento esportivo e a disseminação de novas cepas preocupam autoridades de saúde.

Os desdobramentos da pandemia seguem alarmantes. Na Copa América, agora apelidada de “Cepa América”, o número de infectados pelo Sars-Cov-2 subiu para 65, incluindo 14 novos casos relacionados ao staff da CONMEBOL e à arbitragem. Este dado ressalta o risco em um grupo teoricamente mais protegido que a população geral, composto por pessoas de diferentes países, aumentando a possibilidade de introdução e disseminação de variantes ainda não prevalentes no Brasil.

A variante Delta, detectada originalmente na Índia, agrava o cenário. Com maior transmissibilidade, ela tem impulsionado o aumento de casos no Reino Unido, sobretudo entre jovens de 12 a 18 anos. Essa realidade levou especialistas a defenderem a antecipação da segunda dose da vacina para reforçar a resposta imunológica. Em Portugal e Madri, o intervalo entre as doses da AstraZeneca foi reduzido de 12 para 8 semanas, enquanto os Estados Unidos estudam acelerar a vacinação de adolescentes, segundo alerta do infectologista Anthony Fauci ao presidente Joe Biden.

No Brasil, a situação permanece delicada. Apesar da recomendação da Pfizer de um intervalo de 3 semanas entre as doses, as autoridades optaram por 12 semanas devido a questões logísticas. Frente à ameaça da variante Delta, a necessidade de revisão dessa estratégia torna-se evidente.

Outro ponto de alerta é o relaxamento prematuro nas medidas preventivas, mesmo em países com alta taxa de vacinação, como Chile e Uruguai. Embora as vacinas tenham reduzido casos graves e óbitos, a falsa sensação de segurança contribuiu para novas ondas de contágio devido a aglomerações e diminuição do uso de máscaras.

No Brasil, os números da pandemia continuam expressivos. Foram registradas 2.335 mortes em 24 horas, totalizando 496.172 óbitos. Os novos casos chegaram a 74.327, somando 17.704.041 desde o início da crise. A média móvel de mortes permanece em 2.005 nos últimos sete dias, enquanto a vacinação avança lentamente, com 28,51% da população tendo recebido ao menos uma dose e apenas 11,37% totalmente imunizada.

No cenário global, mais de 178 milhões de casos e 3,8 milhões de mortes foram registrados, com o Brasil ocupando a segunda posição em óbitos, atrás dos EUA e à frente da Índia. A luta contra a Covid-19 segue como um desafio mundial, demandando medidas coordenadas e rápidas para mitigar o impacto das variantes e avançar na imunização em massa.

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