Vacina Janssen: A Novela do Atraso e as Consequências na Luta contra a Pandemia

Promessas não cumpridas e atrasos comprometem metas de imunização no Brasil.

A chegada das 3 milhões de doses da vacina Janssen, inicialmente prometida pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para esta quarta-feira, enfrenta novos atrasos, sem previsão de entrega. Esse revés representa um grande impacto na campanha de imunização por dois motivos cruciais: a dose única da Janssen equivale a praticamente 6 milhões de doses de vacinas como Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca, que necessitam de duas aplicações; além disso, evita a quebra de imunização, comum quando pessoas não retornam para a segunda dose.

O prazo de validade do imunizante, inicialmente até 27 de junho, torna o atraso ainda mais preocupante. Embora a ANVISA tenha estendido o prazo por 6 semanas, até 8 de agosto, sob condição de armazenamento a até 3°C, a urgência em utilizá-lo permanece. A celeridade da decisão contrasta com a demora para liberar a Sputnik V, outra vacina em negociação no Brasil.

Enquanto isso, mais sete estados — Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Amapá, Paraíba e Goiás — receberam autorização para adquirir o imunizante russo, somando-se a Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. Contudo, o total de 1,5 milhão de doses contratadas está longe de atender a uma população de cerca de 160 milhões de adultos.

Os números da pandemia no Brasil continuam alarmantes. Nesta quarta-feira, o país registrou 2.673 mortes, totalizando 493.837 óbitos desde o início da crise sanitária. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias subiu novamente para o patamar de 2 mil, evidenciando a gravidade da situação.

Além disso, foram confirmados 85.861 novos casos em 24 horas, elevando o total acumulado para 17.629.714. O país contabiliza 1,553 milhão de casos ativos. A vacinação avança lentamente: 58,3 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose (27,56% da população), enquanto 24,1 milhões completaram o esquema vacinal (11,40%).

No cenário global, os números também impressionam. A pandemia já causou 3,8 milhões de mortes em um total de 177,8 milhões de casos confirmados, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O Brasil ocupa a segunda posição em óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, e à frente da Índia e do México.

Diante desses desafios, a falta de planejamento e a demora nas entregas tornam-se fatores críticos na luta contra a pandemia, ressaltando a necessidade de acelerar a vacinação e garantir o acesso rápido e eficiente aos imunizantes disponíveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.